Você pode me beijar agora mesmo

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Narrador POV

Becky praticamente pulou do sofá quando ouviu a moto estacionar na frente da sua casa. Esperou pacientemente alguns instantes até que a porta da frente abrisse e Freen passasse por ela, com a roupa e os cabelos completamente molhados, xingando horrores.

-Desgraça de tempo bipolar dos infernos, agora eu to parecendo um pato fora do rio por causa dessa chuva de merda. Teve o dia inteiro pra chover e tem que chover justo quando eu to saindo, ah, vai pro caralho... - Freen resmungava enquanto fechava a porta e Becky ria baixinho no sofá.

-Baby. - Becky a chamou, e Freen se deu conta de que havia mais alguém na sala.

-Ah, você tá ai. - Freen enfiou a chave no bolso dos jeans encharcados. - Oi amor. - Freen disse indo até ela e beijando sua testa. Becky se levantou. - Como é que você tá?

-Eu to bem. - Becky assentiu.

-Que bom. - Freen sorriu e roubou-lhe um selinho, começando a ir para o segundo andar em seguida.

-Baby, você tem que tirar essa roupa molhada, vai acabar ficando doente. - Becky disse subindo as escadas atrás de Freen.

-Eu já to indo princesa, calma.

- Não Baby, vai rápido, eu to com fome.

- E você ainda não jantou? - Freen consultou a hora no relógio de parede do seu quarto, e Becky sentou na cama. - Já são quase onze horas da noite, porque você ainda não jantou?

- Porque eu tava esperando você. - Freen tirou o moletom encharcado, ficando com uma blusa igualmente molhada por baixo.

-Eu adoro o fato de você querer jantar comigo, mas você sabe que não pode jantar muito tarde, sua mãe me disse que você passa mal. - Becky assentiu.

-Ontem você não demorou tanto, aconteceu alguma coisa hoje? - Freen fez que não com a cabeça.

-Não, é que como amanhã é véspera de Natal, eles resolveram fazer uma liquidação monstro e quem se fodeu, como sempre, foram os funcionários.

-Trabalhou muito, Baby? - Freen terminou de tirar os tênis.

- Bastante. - Ela espirrou.

-Tá vendo, Baby, você já tá ficando doente. Vai logo tomar um banho quente, amor. - Becky empurrou Freen na direção do banheiro e a mesma foi, sem condições de protestar.

Freen conseguiu um emprego em uma livraria no centro da cidade, ela saia da faculdade e ia direto para lá, só chegando em casa depois das 21h. Ela havia começado nessa semana e por isso estava um pouco difícil para ela se adaptar aos horários, ainda mais quando precisou transferir algumas matérias da faculdade para sábado, conseguindo, assim, chegar a livraria a tempo do início do seu expediente.

Becky havia se recuperado completamente e sua mãe já havia matriculado-a em outra escola, que ficava um pouco mais distante do que a outra, mas supostamente era melhor e Becky iria se dar bem lá. A menina conseguiu que a mãe deixasse ela ir a escola só depois que o ano virasse, assim teria mais alguns dias para se preparar psicologicamente para voltar ao inferno.

Falando em psicologicamente, Becky contou sua decisão para sua mãe, e a mesma não hesitou em apoiar, Becky tinha consulta marcada para a primeira semana de janeiro. Não que isso diminuísse o seu pânico, mas ela sabia que tinha que tentar fazer isso.

Logo Freen retornou, depois de tomar banho e com roupas secas. As duas se serviram e começaram a comer, conversando sobre banalidades.

-Filha adivinha quem acabou de ligar? - A menina levantou os olhos do espaguete em seu prato para a mãe, erguendo os ombros como estivesse dizendo que não tivesse a mínima ideia.

Meu Porto Seguro É Você 🔐 (Freenbecky)Onde histórias criam vida. Descubra agora