piquenique

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Becky - Pov

A pessoa que inventou essa teoria ridícula sobre o primeiro beijo sempre ser ruim, provavelmente não teve ele com Freen. Eu me sentia nas nuvens naquele momento, tudo o que a minha mente conseguia era rever nossos beijos de novo e de novo e sinceramente não queria esquecer nem um segundo de cada um deles tão cedo.

Porém, por mais que eu quisesse, não nos beijamos mais depois dessas vezes na porta do meu quarto. Fiquei muito tempo abraçada com ela, mais tempo do que eu pude processar e só nos separamos porque o celular dela tocou e ela foi atender, demorando um longo tempo porque era seu pai no telefone. Depois disso só ficamos conversando e nada mais aconteceu. Não que eu estivesse reclamando, é claro.

Naquele momento eu me encontrava terminando de responder uma mensagem da minha mãe que perguntava se eu estava bem. Eu estava mais do que bem, otimamente bem, perfeitamente bem. Mas claro que eu não diria isso à ela com essa empolgação toda, então apenas disse que eu estava bem e guardei o celular no bolso, voltando para os meus desenhos. O sol batia fraco no quintal e eu estava sentada em um banco, desenhando. Havia algum tempo que eu não parava para desenhar realmente me concentrando na tarefa, e quando fazia tal coisa, me sentia como se estivesse aliviando algum peso existente dentro de mim.

Não arrisquei fazer uma forma adulta, não queria que nada saísse com as características dela. Ainda assim, achei que provavelmente haveria alguns de seus traços no desenho, era impossível não colocar nada em um desenho, quando você não conseguia parar de pensar na pessoa. E quando terminei, constatei. Tinha a boca dela.

Suspirei, ainda satisfeita por desenhar e comecei a dar os retoques finais, escutando alguém que só podia ser ela se aproximando. Ela havia ficado em seu quarto estudando para a tal prova importante que ela tinha na sexta, então eu nem a vi depois que cheguei com ela da escola.

- Porque sempre que eu chego perto você fecha o caderno de desenhos? - Perguntou ao me ver fechar o caderno. - Por acaso seus garranchos são tão feios assim? - Neguei com a cabeça, rindo.

-Idiota. - Freen deu a volta no banco onde eu estava sentada e se apoiou atrás dele, encostando a boca no meu ouvido. Me arrepiei da cabeça aos pés, mesmo sem achar que aquilo fosse possível.

-Hoje é o nosso último dia sozinhas, sua mãe volta amanhã. Me daria a honra de sequestrar você? - Demorei uns vinte segundos para realmente realizar o que ela estava falando, pois estava tentando me concentrar em qualquer outra coisa que não fosse a sua respiração batendo no meu pescoço.

- Pra... Onde? - Falei com dificuldade e ela soltou uma risada rouca bem perto do meu ouvido. Arrepiei de novo.

-É um sequestro, você supostamente não deveria saber. - Indícios de retardo, novamente. Claro que eu não deveria saber, que idiotice que eu perguntei.

-Hm... - Inflei uma bochecha, fingindo pensar. Esperava sinceramente que ela soubesse que eu iria até no inferno com ela. - Tudo bem. - Ela apareceu na minha frente com um sorriso lindo e estendeu a mão para mim. A segurei sem ao menos hesitar um segundo e fomos para dentro, afim de que eu guardasse meu caderno. - Devo... Trocar de roupa? - Perguntei imaginando se talvez eu não estivesse vestida de acordo

-Não, não... Você tá... - Freen me analisou da cabeça aos pés e eu achei que minhas bochechas fossem entrar em combustão espontânea ali mesmo. - Linda. Como sempre. - Não havia nada demais em minhas roupas, na verdade eram até bem simples. Eu usava apenas uma blusa vermelha, saia azul clara que ia até os joelhos e era ligeiramente rodada, laço vermelho na cabeça e all star. Viram? Nada demais. - Vamos? - Perguntou e só então eu notei que havia uma cesta em sua mão. Preferi não perguntar nada, afinal, era um "sequestro" e eu supostamente não deveria saber para onde estávamos indo. Não importava, na verdade.

Meu Porto Seguro É Você 🔐 (Freenbecky)Onde histórias criam vida. Descubra agora