Narradora-POV
Freen estava do lado de fora dа casa, completamente atrapalhada na simples tarefa de retirar as malas de dentro do carro de sua tia. Enquanto isso Becky dava um salto no sofá ao ouvir a voz de sua mãe e corria para abraçar a mulher, que sorria.
-Mãe. Senti sua falta. - disse baixo apertando os olhos enquanto a abraçava.
-Também senti sua falta, querida. - dona Regina respondeu, abraçando a menina de volta. - Como você está? - Perguntou se afastando para olhar a menina.
-Eu to bem. Como foi a viagem? - Perguntou tentando puxar assunto.
-Foi bem legal, depois vou te mostrar as fotos que eu tirei nos breves momentos que a empresa me deu folga e os presentes que eu trouxe para vocês. - Disse e Becky apenas sorriu, concordando.
-Olha sinceramente... - Freen apareceu na porta, carregando duas malas com dificuldade. Becky riu baixinho da cena, achando aquilo uma gracinha. - Pra que tantas malas? Foram só cinco dias, meu Deus.
-Gosto de ter o que escolher. - sua tia explicou e Freen pôs as malas na frente da mulher. - Largou por quê? Você vai me ajudar a levá-las até o quarto.
-Eu vou o que? - Freen perguntou, incrédula.
-Me ajudar. Anda logo. - Freen arqueou uma sobrancelha.
- Achei que quisesse me hospedar aqui e não me fazer sua empregada. - Resmungou de brincadeira, voltando a pegar as malas.
-Eu te enganei e você caiu direitinho. - dona Regina respondeu rindo, e Freen começou a subir as escadas, sendo seguida pela mulher.
Becky apenas observava a cena, sorrindo abertamente. Depois que as duas subiram, ela voltou para o seu caderno de desenho, terminando de finalizar o mesmo desenho de ontem, o qual não tinha terminado por causa do sequestro muito bem vindo de Freen. Sentia um pouco de vontade de compartilhar o que havia acontecido com sua mãe, mas não tinha a mínima ideia de como ela iria reagir. Então preferiu apenas guardar para si e para Freen, é claro.
-Mãe? Você tá com fome? - Becky perguntou, quando viu sua mãe descer as escadas, largando o caderno de desenho e se pondo de pé. Tinha a intenção de preparar para a mãe algo que lhe agradasse para comer.
- To sim. Por quê? - dona Regina não estava acostumada com esse tipo de abordo vindo da filha. Ainda assim, ela se sentiu feliz por isso. Becky parecia diferente... Mais viva. Mais feliz. Mesmo que dona Regina mal houvesse falado com a menina, ela podia sentir aquilo no seu olhar. Só queria saber o que aconteceu para que ela ficasse daquele jeito.
-Eu vou fazer... - Becky começou a andar até a cozinha. - Algo para você comer.
- Jura? - dona Regina perguntou, um pouco assustada.
-É. - Foi tudo o que saiu da boca de Becky, e logo as duas se encontravam na cozinha.
A menina decidiu que iria fazer panquecas. Era fácil, rápido e provavelmente mataria a fome de sua mãe. Talvez pudesse fazer algumas para Freen também, assim que ela descesse e a menina pudesse perguntar se ela estava com fome. Dona Regina se sentou no balcão e ficou mexendo no notebook, olhando discretamente enquanto Becky preparava OS ingredientes. "Ela cresceu tão rápido..." pensou, observando o quão grande a menina já estava. Era praticamente uma mulher, mas a lembrança de que ela sempre seria dependente, de certa forma, entristecia dona Regina.
Ela queria que Becky se tratasse e melhorasse, mas não entendia porque continuava recusando veementemente qualquer tipo de tratamento para sua doença. Ela nunca ficaria cem por cento curada, mas melhorar um pouco sua relação com outras pessoas e talvez melhorar o pânico que ela tinha de estar no meio de muitas pessoas fosse melhorar a sua condição. Com certeza iria. Mas dona Regina não podia forçar nada, afinal de contas. A escolha era unicamente da menina.
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Meu Porto Seguro É Você 🔐 (Freenbecky)
Hayran KurguExistem muitas definições para o amor. Uns dizem que amor não existe sem sacrifício. Outros dizem que amor é ter paciência e esperar o outro poder se entregar a você. Alguns até são mais ousados e acreditam que o amor é uma composição de elementos q...