A mesma coisa

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POV- Narrador

-Filha - dona Regina entrou no quarto devagar, depois de conversar com o médico no corredor. Estava de costas, por isso não viu Freen sair do quarto momentos antes e agora tentava entender porque Becky estava na cama toda encolhida soluçando baixo. - Filha, o que aconteceu? - dona Regina se aproximou da cama e tirou os cabelos da menina do rosto, que chorava sem parar.

-A Freen... - Becky soluçava tanto que mal conseguia falar. - dona Regina tentou limpar suas lágrimas, mas foi em vão.

-O que tem ela? - Becky não respondeu, só chorou mais. - Onde é que ela está?

- Não sei. - A menina continuou chorando.

-Ela fez alguma coisa? - Becky não respondeu. - Vocês brigaram? - Becky negou com a cabeça. - Ela brigou com você?- Dona Regina não obteve resposta e fechou a cara. - Filha, você tem que me dizer o que ela fez, afinal.

-Não... - Becky balbuciou, mas dona Regina não sabia do que ela estava falando.

-Eu vou falar com ela. - Camila negou com a cabeça, se encolhendo ainda mais.

-Não briga... Com ela. - dona Regina torceu a boca. Não tinha como dizer que não iria brigar com Freen se não sabia o que tinha acontecido.

Becky escutou sua mãe bater a porta do quarto e quis levantar e ir atrás dela. Por mais que ela estivesse sim com raiva e magoada com Freen, não queria que ela se encrencasse com sua mãe porque ela sabia o quanto sua mãe podia ser quando se tratava de alguém fazer alguma coisa ruim com Becky e não, ela não queria toda essa raiva direcionada a Freen.

Pelo menos não a de sua mãe.

Dona Regina encontrou Freen sentada na sala de espera com a pior cara do mundo. Ela claramente havia acabado de chorar poucos instantes antes, mas não era só isso. Dona Regina não precisava olhar duas vezes para perceber que Freen se sentia muito mal por alguma coisa, provavelmente o seja lá o que foi que ela fez com Becky. Respirou fundo antes de se sentar ao lado dela e esperar que Freen notasse sua presença ali, o que não demorou muito.

- Tia? - Freen perguntou baixo, quase como se estivesse com medo. Ela não sabia se sua tia tinha ou não falado com Becky e ela era covarde o suficiente para admitir que tinha medo do que sua tia poderia achar.

-O que aconteceu com a Rebecca? - Perguntou sem nenhum tipo de rodeio. - Porque ela está chorando daquele jeito?

-Porque eu sou uma idiota. No mau sentido. - dona Regina franziu o cenho.

-Existem idiotas no bom sentido?

-Rebecca disse que existem. - Dona Regina negou com a cabeça.

- O que aconteceu, afinal?

-Eu não sei. - Freen encarou o chão. Ela não sabia como iria explicar o tamanho da merda que havia feito, não sabia o que havia dado nela mesma. - Eu falei muitas coisas erradas e sem pensar... Eu sou uma estúpida.

-O que você exatamente falou para ela? - Dona Regina perguntou, ficando mais séria.

-Primeiro ela me perguntou se eu estava brava com ela.

-E você está? - Freen assentiu, se sentindo horrível por isso.

-Não é como se eu não entendesse as razões dela ter feito o que ela fez nem nada disso. É só que eu fico pensando se ela não pensou na gente, sabe? Em você ou em mim, eu fico com essas merdas na cabeça o tempo todo e eu não sei exatamente o que achar. Então, por mais estúpido ou egoísta que isso soe, eu estou sim com raiva dela por aquilo. - Dona Regina observava Freen falar, sua expressão era impassível.

Meu Porto Seguro É Você 🔐 (Freenbecky)Onde histórias criam vida. Descubra agora