Eu amo você.

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Pov- Becky

Congelei.

Fiquei aliviada por não ser nada relacionado a Freen ir embora, mas eu também não estava preparada para isto.

- N-não. - Balbuciei e Freen assentiu.

-Eu tentei dizer isso pra minha mãe, mas... Que merda. - Freen xingou e eu me encolhi, abraçando os próprios joelhos. - Ei. -  Ela se virou para mim e acariciou o meu rosto
- Você não precisa, se não quiser

-Não, é só que... - Respirei fundo por um momento. Eu tinha que encarar isso, não era como se fosse algo no qual eu pudesse me enfiar na bolha e ficar por lá. Minha vida estava mudando e eu teria que encarar essas coisas, como, por exemplo, conhecer a família dela. Se eu não queria mais ser desse jeito, a solução não iria cair do céu. Era algo que só eu poderia fazer.

Eu e Freen já havíamos brigado por conta disso e eu não queria brigar de novo. Se esse fosse o preço que eu tinha que pagar para ficar com ela, eu teria de enfrentar, querendo ou não. Ainda que as possibilidades de sair correndo fossem enormes, talvez eu conseguisse. Por ela. Por nós. Quem sabe?

Só dependia de mim.

-Eu não tava preparada para isto. - Falei finalmente. - Mas a gente tem que fazer, né?

-Na teoria, sim... - Respondeu ainda acariciando minha bochecha.

- E na prática?

-A gente pode fugir para a Polinésia Alemã, se você quiser. - Deu de ombros e eu ri.

- Acho que já chega de fugir dessa história sobre os seus pais. A gente vai ter que fazer, uma hora ou outra. - Verbalizei o óbvio.

Escutamos o carro de minha mãe parar na garagem e continuamos em silêncio. Eu queria saber o que minha mãe acharia de toda essa história, mas aparentemente ela já havia sido informada do ocorrido.

- Sarocha, sua mãe te ligou? - Foi a primeira coisa que ela disse quando entrou. Freen assentiu algumas vezes. - Quero saber qual foi o tipo de bosta que ela comeu.

-Tia, fica calma. - Freen tentou amenizar a situação. - Acho que minha mãe querer conhecê-la é melhor do que ela querer que eu vá embora. - Minha mãe sentou no outro sofá e virou de frente para nós.

- Não acho que a minha filha ficaria confortável...

-Claro que não ficaria, mas eu acho que... - Interrompi, me encolhendo ainda mais.

-Querem parar de falar como se eu não estivesse aqui?

-Desculpa. - Falaram em uníssono e tudo o que eu fiz foi aceitar com um aceno de cabeça.

- E como você se sente a respeito disso? - Minha mãe perguntou e eu percebi que as duas me encaravam, aguardando uma resposta.

Me senti quase ameaçada por aquilo, eu sabia que não estavam fazendo por mal, mas eu me sentia totalmente exposta naquela situação, ainda mais por elas estarem esperando eu falar sobre como eu me sentia. Nem eu sabia direito, não tinha uma posição definida. Por mim, eu não iria nem a pau, nem arrastada, nem morta, eu não queria ter contato com gente nova, principalmente se, como namorada dela, eles provavelmente iriam avaliar se eu era boa o suficiente para Freen, como fazem nos filmes, e eu sabia que não era. Então concluiriam que ela merecia coisa melhor e fariam a cabeça dela para se afastar de mim. Ou até mesmo a obrigariam, não sei.

Não era só por eu saber que não iria conseguir provar que eu gostava dela. Era também porque Freen estaria lá e iria assistir tudo. Claro que eu já havia tido muitos momentos de fraqueza perto dela, mas eu me sentia confortável com ela. Não com estranhos que provavelmente julgariam até a forma como eu respiro comparada com a forma com a qual outras garotas melhores poderiam respirar. Simplesmente não era o tipo de coisa que queria fazer ou faria se fosse em oura circunstância, mas eu tinha que tentar.

Meu Porto Seguro É Você 🔐 (Freenbecky)Onde histórias criam vida. Descubra agora