Anjo

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Narrador POV

-Pronto. Aqui está o seu jantar. - Freen disse, entrando no quarto devagar com uma bandeja em mãos. Becky gostaria de descer para jantar na mesa, mas provavelmente Freen não iria deixar alegando que ela já se esforçou demais por hoje (isso apenas porque a menina deu umas voltas no jardim).

-Baby, eu já disse que não to com fome. A gente não podia comer só um sanduíche?

-Você até pode comer sanduíche. Depois que tomar a sopa que eu fiz. - Freen colocou a bandeja no colo da menina, que pegou a colher e mexeu levemente o conteúdo da tigela.

-Você fez isso?

-Fiz. Sua mãe deixou a receita, você precisava comer algo mais saudável para se recuperar mais rápido. - Becky estreitou os olhos e os alternou entre Freen e a sopa. Depois apontou a colher para ela.

-Você disse que não sabia cozinhar.

-Eu não sei. Se você acabar morrendo envenenada, eu fujo para a Austrália e deixo um bilhete me desculpando com a sua mãe e dizendo que foi sem querer. Ou eu como a sopa também e nós morremos juntas. - Becky revirou os olhos.

-Idiota. - Becky provou um pouco da sopa. Freen mordeu o canto do lábio, aguardando uma resposta. - Olha. Não está ruim, não mesmo. Só falta sal.

- Tudo bem, eu pego um pouco de sal. - Freen saiu do quarto e Becky ficou comendo sozinha até que ela voltasse com um pote de sal.

-Baby. - Becky disse, quando ela terminou de comer e Freen já havia lavado a louça. Agora estavam ambas na cama de Becky assistindo televisão, Freen envolvia os ombros da menina com um braço.

-Hm? - Freen tirou os olhos da televisão para encarar Becky.

-Minha mãe disse hoje pela manhã que vai me por em uma escola nova. Ela te falou algo mais a respeito? - Freen ponderou um momento. Elas apenas conversaram sobre o assunto, mas não havia nada além do que Becky sabia. Porque não havia nada a mais para saber. Ela iria para uma escola nova. Pronto.

-Não, é só isso. A gente conversou ontem. Concordamos que não seria legal para você rever aquelas meninas de novo. Até porque, não sabemos o que elas podem fazer. - Becky cruzou os braços e fechou a cara. - Amor... O que foi?

-O que foi? - Becky ralhou, brava. - Vocês conversam coisas sobre a minha vida e tomam decisões como se a minha opinião não fosse importante?

-Olha, não é bem assim. Você sabe disso. - Freen começou a falar, mas ela não sabia o que acrescentar. Becky estava certa. - Nós só... Estávamos pensando no que é melhor para você. - Becky ficou ainda mais brava e tirou o braço de Freen de seus ombros com aspereza.

-E quem deveria achar isso não sou eu? Ou vocês duas ao menos não deveriam perguntar se eu concordo? - Becky começou a se afastar e ir para a beira da cama.

-Mas... Você quer voltar para a outra escola? - Freen levantou uma sobrancelha.

- Isso não importa. - Becky não queria. Mas ela estava brava demais para concordar com Freen e sua mãe. - Aparentemente, vocês duas não ligam para o que eu quero.

-Amor... - Freen tentou argumentar, mas Becky levantou da cama e ignorou o que ela tentava começar a dizer.

-Não começa, Freen. - Becky caminhou normalmente até a janela e se apoiou na mesma. Já se sentia bem novamente. Não poderia ser diferente, já que passou muitos dias na cama e agora estava cansada de ficar deitada. Provavelmente voltaria para a escola semana que vem, fosse onde fosse esse maldito colégio.

- Olha... Não foi nada por mal. Nós só estávamos poupando você de se estressar com... - Becky interrompeu.

-Freen, eu sou completamente capaz de tomar uma decisão estúpida sobre uma droga de escola. - Não era a primeira vez que Becky se irritava tanto por algo desde que voltou para casa. Se ela não estivesse desenhando ou dormindo, com certeza estaria reclamando de algo ou brava com alguma coisa. Freen entendia. Muitos dias parada, sem fazer nada a deixaram muito estressada e irritadiça. Quando ela ficou de cama uns dias por causa do acidente de moto, também se sentia assim, mas conseguia se controlar um pouco. Para alguém nas condições de Becky, era um pouco difícil.

Meu Porto Seguro É Você 🔐 (Freenbecky)Onde histórias criam vida. Descubra agora