Reconciliação.

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Espero que gostem desse capítulo, pois está uma delícia. ( Sem segundas intenções).
E já marquei a estrelinha, pois quanto mais pessoas avaliaria mais rápido eu volto a postar.

Becky - POV

Eu estava me sentindo a pior pessoa do mundo e tudo o que eu conseguia fazer era desenhar freneticamente, como se isso não me deixasse chorar e nem pensar nas coisas ruins que eu havia feito. Minha mente havia me traído e eu não achava que as consequências dos meus atos iriam de trazer bons resultados.

Também não sabia como pedir desculpa para Freen, eu era completamente ciente de que ela não havia feito nada demais. Ela estava tentando me acalmar, me fazer ver o lado melhor das coisas e eu fui uma idiota.

Mas eu não podia voltar atrás no que fiz, não iria me aparecer nenhuma máquina do tempo que me levasse de volta e me fizesse mudar as minhas atitudes, então eu iria ter que conviver com isso e tentar consertar as coisas. Eu só não sabia como.

Meus dentes batiam. A noite estava fria e eu ainda continuava naquele quintal, desenhando furiosamente. Eram apenas formas distintas, como se aquilo fosse uma forma de pegar a dor e a raiva que eu sentia e por no papel. Queria que aquilo pudesse fazê- las sair de mim, mas eu não conseguia, porém, continuava tentando.

Acho que ouvi minha mãe gritar alguma coisa da cozinha, como se pedisse para que eu entrasse, mas era inútil. Eu estava tão absorta em mim mesma que conseguia ignorar o frio e tudo mais que viesse. A página a frente dos meus olhos estava completamente preenchida e eu apenas virei para a próxima, automaticamente e comecei a rabiscá-la. Nada naqueles desenhos iriam fazer sentido para qualquer pessoa normal, mas para mim, faziam. Era como se fosse eu ali. Distorcida, confusa, borrada. Era o jeito que eu me sentia no momento.

Alguém estava se aproximando, mas eu não parei de rabiscar. Meus dedos apertavam o lápis com força, como se eu fosse um robô programado para fazer apenas isso. Eu não parei de fazer aquilo, nem mesmo quando alguém se abaixou do meu lado. Eu não queria vê-la, eu me sentia envergonhada demais com o fiz para olhar em seus olhos.

-Rebecca... - Sua voz soou baixa quando ela finalmente falou. Eu ignorei, continuando a fazer minha mão se mexer freneticamente e sentindo algumas lágrimas escorrerem do meu rosto e molharem o papel. - Rebecca.- Freen chamou de novo e eu observei algumas partes da folha serem rasgadas por conta das minhas lágrimas que deixaram o papel sensível e a ponta do lápis terminou de fazer o estrago. -Rebecca! - Ela chamou mais alto, com a voz firme e segurou minha mão com força, me fazendo parar de desenhar.

Eu não tinha coragem para olhá-la, eu não iria suportar. Nunca tinha passado por nada parecido, não sabia como agir. Sua mão continuava segurando a minha e meus dedos apertavam o lápis, até que eu ouvi um "crack" quando ele se quebrou e uma de suas metades caiu no chão.

-Rebecca, para. Você vai se machucar se continuar desse jeito. - Freen alertou, pegando gentilmente a outra metade do lápis da minha mão e jogou no chão. Continuei cerrando os punhos com força, mas não havia nada que pudesse me ferir agora. Não fisicamente. - Você precisa entrar, tá frio aqui fora. - Ela disse, sua mão passando pelo meu braço. - Amor, vamos para dentro. Eu não quero que você fique doente, vem, por favor.

-Eu não quero falar. - Soltei entre dentes.

-Tudo bem. Só vem pra dentro, por favor. - Ela pediu de novo e eu respirei fundo algumas vezes antes de me levantar, segurando o caderno como se ele fosse tudo o que eu tinha na minha vida.

Meu Porto Seguro É Você 🔐 (Freenbecky)Onde histórias criam vida. Descubra agora