Meu Porto Seguro É Você 🔐 (Freenbecky)

Idiota

Freen- POV

Meu queixo caiu e as malas das minhas mãos também. Prendi a respiração e encarei Rebecca por alguns segundos, que estava começando a corar. Eu não podia acreditar no que havia acabado de acontecer. Ela falou comigo. Rebecca falou comigo! Ela me deu bom dia! ELA FALOU COMIGO PORRA!

Sua voz era tão... Doce e suave enquanto dizia meu nome lentamente, quase como se hesitasse errar em algo. Passei a língua pelos lábios, não crendo no que havia acabado de me acontecer e imaginando quando é que iria acontecer de novo.

- Que? - Foi tudo o que saiu pela minha boca.

-Você me deu bom dia... - Rebecca sorriu tímida antes de suas bochechas ficarem mais coradas. - Eu só estava respondendo.- Ela abaixou o olhar e eu sorri tanto que achei que meu rosto fosse explodir.

-Eu sei. - Disse me aproximando dela um centímetro.

-É estranho, não é? - Perguntou escondendo os braços atrás do corpo e levantando o olhar para mim.

-Você falando? - Arqueei uma sobrancelha e ela assentiu. - Na verdade, é lindo. - Suas bochechas só conseguiam ficar mais vermelhas e eu tinha vontade de beijá-las de tão fofa que ela ficava quando corava. Mas eu me controlei e espantei esses pensamentos da minha cabeça.

-Sarocha, cadê você? As malas não estão tão pesadas assim garota, vem logo! - A minha tia gritou e nós duas rimos.

- É melhor eu ir... - Falei suspirando. - Até daqui a pouco. - Sorri e pisquei, vendo Rebecca acenar um pouco enquanto eu catava as malas do chão e ia até o carro, depois de fechar a porta com o pé.

Francamente, eu amava a dona Regina. Eu realmente a considerava como minha tia e todo esse blá, blá, blá. Mas enquanto eu estava no carro com ela e dirigia para o aeroporto, sabendo que não era ali que eu queria estar, a única coisa que eu queria era me livrar logo da dona Regina. Não porque toda a sua tagarelice estava me incomodando eu nem sequer a ouvia, mas acontece que havia um lugar onde eu gostaria bem mais de estar agora do que levando-a para o aeroporto. [...]

O pensamento de que eu teria cinco dias com Rebecca acalmava meu coração cada vez que eu achava que iria me tacar pela janela do carro. Para começar: eu odiava carros. Sentia-me uma sardinha em uma lata cada vez que entrava em um, por mais espaçoso que o carro fosse. Com minha moto eu me sentia livre para ir onde eu quisesse, ainda que o carro tivesse a mesmíssima função.

Não obstante, eu tinha que literalmente sossegar o cu. Não parecia justo essa porra de ter quase a droga da certeza de que eu estava me apaixonando por Rebecca, ainda que isso fosse quase a mesma coisa do que pegar uma plaquinha escrito "eu quero apanhar porque gosto de sofrer" e ir para uma boate masoquista.

Rebecca era uma menina linda, cheia de qualidades e que realmente estava se aproximando de mim. Eu, como qualquer outra pessoa, fiquei feliz por isso. Feliz até demais. Meu Jesus, é pedir demais querer ser legal com alguém sem transformar os olhos em dois enormes corações cada vez que a via? Porque caralho isso tem que acontecer com a gente? Cadê a porra do cérebro para ser racional e calculista quando a gente precisa?

Obviamente, parece que o filho da puta é desligado nessas horas propositalmente. O pior é que tudo isso só vai me levar a um lugar: Minha cama, sozinha, com os olhos inchados, assistindo a algum filme triste e tentando sair de uma profunda depressão. Era essa a visão que eu tinha do amor ou de estar apaixonado (a) por alguém, porque na verdade, eu acho que nunca estive, então pegava os exemplos de coisas que via por ai e tentava enfiar na porra da minha cabeça que eram apenas mais motivos para não me apaixonar. O problema era que a porra da minha cabeça não dizia absolutamente nada sobre esse assunto, porque ela não coordenava nada.
[...]