- Luísa! Eu vou fugir. Não vou com a bruxa.
- Eu também não quero ir. Vamos para onde?
- Eu pensei que tu podias ir com ela até eu dar um jeito na nossa vida. Sózinho eu sei que posso fazer mais coisas e depois preciso procurar a Juliette.
- Nós somos crianças. Como vais viver? E como vai ser eu com a doida?
- Tem que ser Luisinha.
- Eu não quero ir com ela. Quero ficar contigo.
Rodolffo foi falar com Firmino. Ele sempre foi motorista do pai e por certo sabia quem os poderia ajudar.
- Menino! Por lei a vossa tia assumiu a responsabilidade.
- Mas não queremos ir. Por favor ajuda-nos. Já levaram a nossa irmã.
- Um dia vocês vão juntar-se a ela. Podem ter certeza.
- Só te temos a ti e à Ana. Podiam ficar connosco até termos 18 anos. Eu arranjo emprego e trabalho para ajudar.
- Eu tenho um sítio pequeno onde moram os meus dois filhos. Se vocês não se importarem de viver sem luxos, eu levo-os para lá.
- E podemos ir à escola?
- Podem. Não um colégio igual ao vosso, mas escola pública.
- Não faz mal, nós aceitamos. Tem que ser hoje porque a tia diz que vamos embora amanhã.
- Aproveitem quando ela dormir, tragam as malas e ficam esta noite ou as que for preciso na minha casa. É pequenina, mas cabemos todos.
Rodolffo voltou para o quarto de Luísa e contou o plano. Esperaram até a tia dormir e sairam com Firmino.
Na manhã seguinte ele estava na porta da entrada encostado ao carro como habitual.
Lucrécia levantou-se, desceu para preparar o café porque já tinha dispensado a Ana e chamou o motorista para ir buscar as malas dela e das crianças.
Ele desceu com duas malas enormes, quando ela chegou trazia apenas uma pequena, e regressou para buscar as outras.
- Senhora! Os meninos não estão no quarto e nem as malas.
- O quê? Onde é que essas pestes foram?
- Eu cheguei bem cedo e não vi nada. Se saíram foi ontem depois de eu ir embora e olhe que eu já fui tarde.
- E agora o que eu faço com estas pestes?
- Está visto que eles não querem ir com a senhora. Devem estar escondidos.
- Eu caço-os. Eles julgam que eu vou embora e eles voltam para aqui, mas eu apanho-os. Eu é que não vou ficar sem uma boa grana todos os meses.
Vamos. Levas-me a minha casa e dentro de dias volto aqui para procurá-los.Firmino estava com ódio nos olhos. Naquele momento jurou proteger os meninos nem que tivesse que sacrificar a vida. Iria expor o caso ao dr. Gonçalo que conhecia muito bem e era advogado de senhor Estêvão.
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Robe cor de rosa
FanfictionÉ na infância que se criam memórias que podem ou não marcar uma vida.