Os empurrões de Luisa

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Todos lá em casa já tinham percebido que Rodolffo não olhava para Juliette como para Luisa.

Até Firmino percebeu e chamou-o para terem uma conversa de adultos.  Rodolffo não escondeu os seus sentimentos, mas prometeu respeitar a "irmã".

Ana também tentava sondar Juliette,  mas era com Luísa que ela se abria, quando alguma dúvida surgia.

Rodolffo tornou-se um jovem mais fechado.  Passava os dias livres enfiado no quarto a ouvir música ou no jardim deitado na rede.
Estava desejoso que regressassem as aulas.

Hoje era um desses dias.  Rodolffo estava deitado na cama com os phones nos ouvidos quando Juliette e Luísa chegaram para lhe fazer um convite.

- Anda lá mano!  Vamos tomar um sorvete os três.

- Não me apetece.  Prefiro ficar aqui com a minha música.

- Aquela lamechisse do costume?

- Luísa!  Deixa eu com a minha música.

- Ah ah.... vestias o teu robe cor de rosa... - cantarolou Luísa.

- Anda Ju.  Vamos nós duas.  Deixa ele com a fossa dele.

- Que música era aquela que estavas 
a cantar?

- Vou mostrar-te.  O Rodolffo só ouve essa música.   Eu não sei porquê,  mas desconfio que tem a ver contigo.

- Ué! O que essa música tem a ver comigo?  Não me revejo nela.  Nós dois não temos nada.

- Pode ser, mas eu sei que ele está constantemente a ouvi-la.  E a história do teu robe?  Tudo se encaixa.  O Rodolffo está apaixonado por ti e porque não é correspondido vive triste.

- Eu não consigo vê-lo desse jeito, mas não quero que ele fique triste.  Ele era quem me fazia rir e agora não faz mais.

- Dentro de 15 dias voltamos ao colégio e ele logo vai encontrar uma menina para namorar.   Ele sempre teve as meninas mais bonitas a suspirar por ele.

- Nunca o vi com nenhuma.

- Mas a idade é outra.  Vais ver se ele não arranja namorada rápido.

- Tens a certeza,  Luísa?

- Claro que tenho.  Como se esquece um amor?

- Como?

- Com um novo amor.

- Como sabes tanto, Luisinha?

- Gosto de ler romances.  Não sou melosa,  mas adoro histórias de paixões ardentes.

- Tu não vais ter ciúmes da namorada dele?

- Depende.   Se eu não gostar, eu digo logo.  Agora, se essa namorada for uma certa morena linda, essa tem a minha aprovação.

- Estás sempre na brincadeira.  Eu falo sério,  Luísa!

- Também eu.  Não ia brincar com coisas sérias, mas descansa que ele vai escolher uma pessoa legal.  Um pouco imatura, mas vai crescer.

- Ai mana!  Não entendi nada do que falaste.  Vamos mudar de assunto.  Olha chegámos, vamos pedir os nossos sorvetes e comer aqui na esplanada.

Luísa olhava com ternura para Juliette.  Ela queria ajudar o irmão, mas sabia perfeitamente que a irmã não tinha maturidade suficiente para entender e aceitar certas coisas.

Robe cor de rosaOnde histórias criam vida. Descubra agora