Juliette ficou escorada na porta só vendo a cena.
Laura só de calcinha estava sobre Rodolffo e tentava que ele acordasse.
Haviam várias marcas de bâton espalhadas pelo peito dele.- Sua vaca! Não tens respeito pela casa dos outros? - disse Juliette aproximando-se dos dois. Laura tentou agarrar a sua roupa, mas Juliette jogou-a para longe.
- Isto foi combinado entre os dois. Ele fingia estar bêbado para nos encontrarmos aqui. Já andamos há meses.
- Ah foi? Então agora o assunto é comigo. Juliette segurou o rabo de cavalo que ela tinha e puxou-a para fora da cama começando a esbofeteá-la.
- Larga-me! Deixa-me vestir e ir embora, sua doida. O teu irmão já é bem crescido para saber o que faz. - disse segurando o telemóvel.
- Vestir? É claro que não vou deixar.
As duas tinham praticamente a mesma estatura. Talvez Laura fosse ligeiramente mais alta e mais robusta, mas isso não impediu que Juliette a arrastasse pelo cabelo escada abaixo enquanto ela soltava palavrões.
Ao ouvirem os gritos, as amigas vieram a correr para ver o que se passava. Juliette atravessou o jardim e abrindo o portão soltou Laura no lado de fora.
- Juliette! Ela está nua?
- E depois? Não é assim que as vagabas vivem? Sempre peladas.
- O que ela fez?
- Estava na cama com o Rodolffo? Eu bem vi ela toda a tarde dando em cima dele.
- E onde está ele? - perguntou Luísa.
- Lá em cima. Não faço ideia. Se eu subir de novo, vai ser ele que vai provar a minha ira.
- Calma Ju. Meninas, terminou a festa. Obrigada por terem vindo.
- Tá. Já vamos. Ju, lamentamos que tenha terminado assim. Sempre tem alguém que estrague tudo.
Luísa abriu o portão e Laura ainda estava de lado de fora encolhida à espera que lhe devolvesse a roupa.
Uma das amigas entregou-lhe o seu moletom enquanto Juliette apontava a câmara do seu telemóvel para filmar a megera tentando tapar os seios com as mãos. No rosto eram bem visíveis as marcas da mão da Ju.Depois de fechar o portão abraçou Luísa e caiu no choro.
- Calma Ju! Vais ver que não aconteceu nada.
- Eu vi ela dando em cima dele toda a tarde e ele não fez nada. Não sei o que aconteceu lá em cima, mas também não me interessa.
- Isso é verdade. Eu também reparei, mas o meu irmão é ingénuo. Apesar da idade nunca vê maldade em ninguém. Depois vocês conversam.
- Não quero nem vê-lo à minha frente. Vai lá tu ver o que se passa com ele.
- Não faças isso. Conversar é preciso e necessário.
- Talvez depois, mas agora estou com tanta raiva em mim que se for ter alguma conversa vou magoá-lo e magoar-me.
- Então eu vou. Vai começando a arrumar tudo. Volto já.
E logo voltou.
- Está a dormir que nem uma pedra. É bem capaz de não ter dado conta de nada. Uma boa noite de sono vai fazer-lhe bem. E a ti também. Vamos terminar aqui, tomar um banho e deitar.
Juliette apenas acenou que sim com a cabeça. Engoliu o choro e meteu mãos à obra.
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Robe cor de rosa
FanfictionÉ na infância que se criam memórias que podem ou não marcar uma vida.