De regresso às aulas, todos eles estavam entusiasmados.
Rodolffo e Luísa iam entrar no último ano antes de ingressarem na Universidade.
Ele estava decidido em cursar Agronomia e Luísa balançava entre Artes e Psicologia.Iam discutindo estas ideias durante o caminho. Rodolffo ia na frente junto a Firmino e as duas jovens no banco traseiro.
- A partir de amanhã eu venho na minha moto.
- Porquê? Eu tenho que trazer as tuas irmãs.
- Eu prefiro assim.
Há já algum tempo que Rodolffo tendia a isolar-se mais. Fazia as refeições em família e pouco mais. Luísa não comentava porque sabia o motivo. Juliette por vezes reclamava, mas de pouco adiantava.
Firmino e Ana não diziam nada porque sabiam o motivo do afastamento. Esperavam que isso passasse algum dia.E foi assim nos dias seguintes. Rodolffo ia e vinha de moto e aos poucos foi-se afastando cada vez mais.
Firmino estacionou o carro e as duas saíram. Ao entrarem no pátio viram Rodolffo numa roda de amigos. De moto ele sempre consegue chegar mais cedo.
Juliette olhou e viu uma menina segurando o braço de Rodolffo.
Livia, uma ruiva de cabelos longos e sardas na cara, frequentava um ano acima de Juliette. Era o primeiro ano dela no colégio e já prendia a atenção de muitos meninos pela sua maneira de ser extrovertida e divertida.
- Lá está a assanhado da Livia atracada ao Rodolffo. - disse ela a Luísa.
- É minha irmã. A fila anda. Tem quem queira.
Rodolffo percebeu a chegada delas e aproveitou para passar o braço à volta da cintura de Livia e dar-lhe um cheiro.
Juliette viu e seguiu directamente para a sala de aulas. Ficou lá até ao fim das aulas, recusando-se a ir aos intervalos. Luísa não a viu e foi ter com ela.
- Vou aproveitar para estudar nos intervalos. Para a semana já tenho teste.
- De certeza que é só isso?
- Sim mana. Está tudo bem, vai lá descansada.
De regresso a casa, Ana esperava-os com um lanche. Juliette ao contrário do habitual estava calada. Rodolffo chegou pouco depois e só foi ele sentar-se para comer que ela levantou-se e foi para o quarto. Sentou-se na sua escrivaninha e começou a fazer os trabalhos de casa.
Na cozinha, Rodolffo olhou para Luísa e questionou com o olhar.
- Entendam-se. Nem quero dar a minha opinião sobre isso. Hoje ela viu-te com a Livia. Acho que é por isso.
- E depois? Não fiz nada de mais. A Livia é uma amiga como outras mais.
- Tu lá sabes. Vai falar com ela.
- Não vou. Não lhe fiz nada que tenha que me justificar. Ela só está a agir como uma criança mimada. Vou para o meu quarto estudar.
Rodolffo subiu e Luísa subiu logo atrás encontrando Juliette deitada na cama.
- Queres conversar, Ju?
- Sobre o quê?
- Sobre Rodolffo.
- Não quero saber dele. Agora só vive grudado na sarnenta.
- Sardenta, Ju.
- Essa.
- Estás com ciúmes?
- Eu? Vais ver os ciúmes.
Juliette levantou-se de rompante e dirigiu-se ao quarto dele. A porta estava fechada, bateu e recebeu permissão para entrar.
- Desculpa. Só vim buscar uma coisa minha.
Rodolffo viu ela dirigir-se à sua cama e retirar o robe dela debaixo da almofada.
- Isso é meu.
- Teu não, meu. Pede um à sarnenta e dorme com ele.
Rodolffo nem queria acreditar que ela sabia do robe. Ficou calado a ver ela deixar o quarto e falar coisas imperceptíveis.
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Robe cor de rosa
FanfictionÉ na infância que se criam memórias que podem ou não marcar uma vida.