Depois desse dia as coisas ficaram mais leves, mas Rodolffo não queria esconder-se de ninguém sempre que lhe apetecesse um beijo.
Aproveitou a hora de jantar em que estavam todos à mesa e comunicou o namoro com Juliette.- Rodolffo, eu não sou teu pai, sou apenas o responsável por vós. Só quero que ambos tenham certeza do que querem e não se machuquem. Nós sabemos há muito dos teus sentimentos pela Juliette e das dúvidas dela, então sejam conscientes e felizes.
- Até que enfim! Oh cabecinha dura, Ju.
- Até parece que tu não és também, Luísa.
- Luísa, não queremos que ninguém saiba no colégio.
- Porquê?
- A Ju sente-se mais confortável assim.
- Eu não quero explicar a toda a gente que não somos irmãos e essas coisas.
- Mas sabes que as meninas não largam o Rodolffo. Não vais ter ciúmes?
- Não vai porque eu não vou deixar.
- Ver para crer. Duvido a Livia e outras não desgrudarem.
- Não a ouças, Ju. Isso não vai acontecer.
Rodolffo abandonou as idas para o colégio de moto e voltou a aceitar carona do Firmino. Luísa passou para o banco da frente enquanto os dois seguiam atrás abraçados, separando-se perto da chegada.
Entraram os três juntos pelo portão. Luísa era a sacrificada. Rodolffo seguia com um braço sobre os ombros de cada uma. Deixava Juliette na sala dela e seguia com a irmã pois tinham a mesma turma.
- Agora vou fazer de vela sempre?
- Desculpa mana. Dá-me uma força neste momento difícil.
- Que dramático. A vossa sorte é que eu gosto dos dois, mas como recompensa vais ensinar-me a andar de moto.
- Aquela é fácil por ser eléctrica, mas eu ensino sim e até ta empresto quando quiseres.
- Rodolffo! E o anel?
- Que anel?
- De namoro. Nós mulheres gostamos dessas coisas de símbolos.
- Eu também tenho que usar?
- Claro.
- Eu vou comprar. E vou fazer um pedido especial porque afinal ainda não teve pedido.
- Estou tramada contigo. Já vi que tu começas do fim. Como é que anuncias um namoro cujo pedido não foi feito?
Rodolffo soltou uma das suas habituais gargalhadas, deu um beijo na bochecha da irmã e juntos entraram na sala.
Nessa tarde de regresso a casa pegou na moto e saiu dizendo não demorar.
Voltou duas horas depois. Juliette perguntou onde tinha ido e ele respondeu que mais tarde diria. Depois de jantar saiu com ela para o cantinho preferido do jardim e sentaram-se num dos bancos.
- Falta uma coisa importante entre nós. Desculpa, mas sou um bocado distraído.
- Falta o quê, Rodolffo?
- O pedido. Namora comigo.
- Ué! Pensei que já namorávamos.
- Mas eu não pedi. Namorados?
- Sim. Sou tua namorada.
Rodolffo retirou duas alianças de ouro branco da caixa e colocou a que tinha um brilhante no dedo dela e depois beijou.
Ela fez o mesmo com a dele e também beijou.- São tão lindas! Foste tu que escolheste?
- Sim. Eu sózinho.
Desta vez foi ela quem tomou a iniciativa do beijo. Um beijo simples que depressa se tornou cheio de paixão. Juliette nunca tinha beijado de língua e quando se soltaram estava ofegante.
Mais beijos se sucederam até Rodolffo ser tomado por um desejo de quero mais. Levantou-se, puxou-a para um abraço e depois seguiram para dentro de casa trocando mais um beijo e entrando cada um no seu quarto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Robe cor de rosa
FanfictionÉ na infância que se criam memórias que podem ou não marcar uma vida.