Orgulhosa dela

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No geral a vida de Juliette tinha melhorado bastante a nível de afectos.  Não fossem os ciúmes de Luísa e tudo estaria perfeito.

Juliette tinha iniciado as suas aulas e lá ia sempre feliz e com sorriso no rosto.  De mão dada com Rodolffo sentia-se protegida.

- Anda Luísa, dá-me também a tua mão. - Rodolffo fazia questão de levar as duas.

- Deixa.  Agora só queres saber da Juliette.  Eu não preciso de bábá.

- Não sejas tola.  Eu gosto das duas igual.  Sempre me deste a mão.

- Mas agora não quero.

Na hora do recreio, Juliette escutou uma enorme algazarra.  Rodolffo brincava de jogar à bola no outro lado e ela aproximou-se do local da confusão.

- Tu foste idiota.   Tiraste o meu tótó. Dizia Luísa enfrentando um menino que deveria ter a sua idade.

- Tirei porque a Rita disse que eu tinha que tirar para ela gostar de mim.

- A Rita?  Onde está que eu quero bater-lhe.

- Tu não bates na minha namorada.

- Bato em ti seu burro. - e deu-lhe um tapa. - isto é para não mexeres no meu cabelo.

Luísa virou costas e recebeu um encontrão que a fez cair.  Juliette assistia a tudo aquilo e logo se pôs na frente de Pedro.

- Porque empurraste a minha irmã?  Juliette colocou as mãos na camisa do Pedro e empurrou-o. Ele revidou e ela  fez-lhe uma rasteiras o jogou-o no chão.  Sentou-se em cima dele e de punho fechado dizia:

- Vais bater de novo na Luísa?

Pedro, preso debaixo dela protegia a cara com as mãos.  - eu juro que não bato mais.  Saí de cima de mim.

- Na próxima vez eu dou um soco na tua cara.  Na minha mana ninguém bate.

Uma auxiliar aproximou-se e retirou Juliette de cima de Pedro.  Perguntou o porquê daquilo e as opiniões eram divergentes.  Uns eram de lado de Pedro e outros do lado de Juliette.

- Os dois vão à directoria. disse a auxiliar.

- Pedro!  Tu és mais velho, o que aconteceu?

- A Juliette empurrou-me e atirou-me ao chão.  E ainda queria dar-me um soco.

- Porquê,  Juliette?

- Ele bateu na minha mana Luísa e puxou os cabelos.

- É verdade, Pedro?

- É sim directora, mas foi a Rita que mandou eu fazer.

- E porque é que ela mandou fazer isso?

- Porque eu gosto dela.

A directora mandou chamar Luísa e Rita para apuramento dos factos.  Decidiu castigar os quatro com uma atenção na caderneta,  para os pais assinarem e mandou os quatro pedirem desculpa uns aos outros.

Este episódio seria uma virada de chave para Luísa.  A coragem de Juliette deixaram-na orgulhosa daquele pingo de gente.

Quando saíram da escola e regressaram a casa, já eram as melhores amigas o que causou estranheza nos pais.  Rodolffo tinha sabido do caso e contou.  Assinaram a caderneta, fizeram um pequeno sermão sobre empatia e camaradagem e elogiaram Juliette por defender a irmã, ressalvando que a violência não é solução.

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