Careta, eu?

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Os dias passavam rapidamente.   Juliette já tinha uma barriguinha de 5 meses.  Maria Júlia crescia perfeita e saudável.

Rodolffo trocou as idas à fazenda.  Agora aproveitava para estar com as suas meninas e no fim de semana viajava com Juliette sempre que ela estava bem.  Os primeiros 3 meses foram complicados.  Muitos enjoos e falta de apetite.

Quem nesta altura estava mais ansiosa era Luisinha.  Finalmente tinha dado uma chance a Raphael e estavam de viagem marcada para o Canadá.

- Não acredito que não vou estar cá quando essa princesa chegar. 

- Dá o teu melhor, mas não te esqueças que és a madrinha dela, então agiliza aí para regressares.

- Eu volto sim.  Muito em breve se Deus quiser.

Enquanto os pais trabalhavam, Leonor vinha ficar com os avós e isso ajudava Rodolffo a passar os dias enquanto Juliette ia para as suas aulas.

- Ana, a Nôno deve estar com fome.

- Já estou a terminar de preparar a fruta dela.  É só mais um pouquinho.

- Deixa eu dar-lhe de comer.

- Toma.  Vai treinando que logo chega a mini Ju.

- Não vejo a hora.  A gestação humana podia ser mais rápida.  9 meses é muito tempo.  Olha os pintainhos é só 21 dias.

Ana soltou uma gargalhada perante esta afirmação.

- Há espécies bem mais demoradas que os humanos.   Temos que ser pacientes.

Rodolffo enfiava a colher de fruta na boca de Nuno e ia fazendo algumas gracinhas.  Ela ria e ao mesmo tempo chovia fruta por todo o lado.  Era sempre assim.  Cada vez que ele lhe dava de comer, no final Ana tinha que trocá-la e Rodolffo tinha que tomar banho.

- Estou a ver que a Juliette vai ter um trabalhão com a filha e o pai.

- Porquê?  Eu sou bom a ajudar.

- Eu vejo.  Olha o chão, a mesa, a tua camisa...

- Faz parte Ana.  A refeição precisa ser divertida.  Olha como ela está feliz.

- Quem está feliz? - perguntou Juliette que regressava da Faculdade.

- A nossa sobrinha.  Como foi hoje, amor? - ele levantou-se para lhe dar um beijo.

- Tudo bem.  Olha para esta sujeira toda.   Precisa disto para dar de comer a uma criança?

- Ah Ju!  Não venhas tu também um sermão que nós dois estávamos a divertir-nos.   Elas são caretas, não são meu amor?

- Careta eu?  Vou subir e tomar um banho.  Nem tentes vir atrás de mim.

Juliette subiu e Rodolffo ficou a olhar para Ana.

- Vai lá amansar a fera.  Aproveita e toma banho também.

Rodolffo correu escadas acima e encontrou Juliette já dentro do banheiro.

- Também quelo tomá banho.  Posso?

- Agora tu vens mansinho.  Careta eu?

- Amô,  eu tava blincando.  Me descupa?

- Desculpo se fizeres massagem nos meus pés e costas.

- Claro que eu faço.  Como se portou a minha bébé?

- Hoje chutou muito.

- Estava com saudades do papai. - disse ajoelhando-se e beijando a barriga dela enquanto preferia mais algumas bobagens.
Perfeitinha a tua barriga.

- Estou a ficar uma baleia de pesada.

- Uma baleia linda e gostosa.  A mais linda de todas.

Sentado no box, Rodolffo colocou Juliette no colo e fizeram amor.  Depois do banho ele massajou-lhe as costas e de seguida passou para os pés.

Começou a beijar-lhe os pés e pernas e olhou para ela que dormia profundamente.  Deitou-se ao seu lado, abraçou-a e cochilou junto.

Robe cor de rosaOnde histórias criam vida. Descubra agora