Diagnóstico: saudade

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Rita ligou à mãe e contou-lhe que Juliette estava bastante doente.  Talvez tivesse que ser internada e pedia a sua opinião.

Ana contactou Firmino.  Já tinham conversado e apesar de ano lectivo não ter terminado era urgente trazer a menina de volta.

Firmino partiu nesse mesmo dia acompanhado do dr. Gonçalo.  Chegaram já era noite, pernoitaram num hotel e de manhã bem cedo foram para casa de Rita.

- A mãe contou-me tudo, Firmino.  A Ju fez exames e não foi detectado nada, mas ela tem febre alta e falta de apetite.  Coitadinha, até já emagreceu.

- Viemos buscá-la.  O médico da família já foi avisado e espera a chegada dela para a observar.

- Venham.  Ela está no quarto.

Quando Juliette viu o Firmino, o brilho nos olhos voltou assim do nada.

- Firmino, os manos onde estão? - é correu a abraçá-lo.

- Estão bem, minha menina.

- Eu quero estar ao pé deles.  Por favor leva-me. - de seguida olhou para Rita.
Eu gostei de estar aqui.  Desculpe mas eu quero os manos.

- Eu entendo.   E a febre? - perguntou Rita sentando-se do lado dela e beijando-a na testa que logo cedo estava ardendo em febre e agora parece que tinha passado.

- Eu já estou melhor.  Já posso viajar.

Rita colocou-lhe o termómetro e não havia sinal de febre.

- Cá para mim este mal chama-se saudade.  Vou preparar a mala dela, mas por favor aceitem almoçar connosco.

- Aceitamos sim.  Em todo o caso só vamos viajar amanhã de manhã.

Firmino fez uma ligação para a filha.

- Rosa,  os meninos estão perto de ti?

- Não pai.  Já saíram para a escola, porquê?

- Estou com a pequenina e queria que eles falassem com ela.  Está muito ansiosa.

- Só na hora de almoço.  Hoje vêem almoçar a casa.

- Então eu ligo de novo mais tarde.

A ansiedade estava a consumir Juliette de tal forma que frustrada por não conseguir falar com os irmãos começou a ficar febril de novo.

- Se não te acalmares e não melhorares não vais poder viajar. - disse Rita quando Firmino e Gonçalo sairam.

- Tia Rita!  Não vai ficar zangada comigo por ir embora?

- Claro que não.   Eu sabia que era provisório.  E depois vais ficar com a minha mãe por isso vou saber sempre notícias tuas.

- Se calhar eu vou perder o ano.  Ainda falta um período para terminarem as aulas.

- Fica cá até ao final.

- Eu ficava se trouxessem os meus manos, mas eu vou estudar muito para passar.

- Não tenho dúvidas.  Tu és muito boa aluna, aplicada e estudiosa.

- Eu quero ser médica.  Vou ser médica de crianças.

- Pediatra?

- Sim.  Pediatra.

- E vais ser.  O principal é querer.  Agora vamos tomar um banho para ver se essa febre volta ao normal

Robe cor de rosaOnde histórias criam vida. Descubra agora