Era tempo de regressar a casa.
Ana seguia no banco da frente e os três irmãos no de trás. Juliette sentou-se no meio de Rodolffo e Luísa. Falava o tempo todo mas apenas Luísa lhe respondia. Rodolffo fingia dormitar encostado à janela.
- Como era a vossa escola, Luísa?
- Era legal, mas gostava mais do colégio.
- E tu Rodolffo?
Rodolffo não respondeu e continuou de olhos fechados.
- Rodolffo!!! Não durmas. - Juliette cutucou-o no braço.
- Que foi? Porque não me deixas dormir?
- Tá bom. Dorme. - disse segurando na mão dele e de Luísa. - também vou dormir.
Rodolffo entrelaçou os dedos nos dela e puxou-a para que encostasse a cabeça no seu ombro. Deu-lhe um beijo na cabeça e fez-lhe um carinho no rosto.
Firmino observava tudo pelo espelho e olhava para Ana.
- Daqui a pouco estão os três a dormir. Lindos companheiros de viagem que nós arranjámos, Ana.
- Deixa-os dormir. A viagem é longa.
Rodolffo não dormiu, mas Luísa e Juliette apagaram durante uma boa parte da viagem. Precisaram fazer uma paragem para se alimentarem o logo chegaram a casa.
Cada um deles pegou a sua mala da bagageira do carro e Ana seguia na frente para abrir a porta.
Juliette entrou primeiro, depois Luísa que parou na entrada e olhou para Rodolffo. Ambos estavam de lágrimas nos olhos e abraçaram-se.
Juliette veio também abraçá-los e a seguir Ana que tratou de lhes limpar as lágrimas com a ponta dos dedos.
- Não é hora de choro. Estão finalmente onde nunca deviam ter saído. Aqui é o vosso lar e juntos havemos de ultrapassar todas as dificuldades.
- É só a emoção do regresso.
Firmino chegava naquele momento depois de arrumar o carro.
- Obrigado Ana e Firmino por tudo o que fizeram e fazem por nós. A partir de agora somos uma família só. Queremos que vocês fiquem aqui connosco para sempre, não é meninas?
- Sim. Queremos.
- Faremos o nosso melhor até vocês se tornarem adultos. Falo por mim e pela Ana, tenho a certeza.
- Por mim já somos família. Agora cada um vai desfazer a sua mala e guardar as roupas. O que estiver sujo ponham na lavandaria.
- Ana, eu prometo que te vou ajudar em tudo. A Rosa ensinou-me tanta coisa.
- Eu até já sei bordar. - disse Juliette.
A Rita ensinou-me.- A minha Rita é uma boa bordadeira. Sempre gostou desde pequena. Aprendeu com a minha mãe.
- Firmino, sabes aquele espaço lá no fundo do jardim? Aquele que está a à espera de flores?
- Sim, Rodolffo. O que tem?
- Eu quero que seja uma pequena horta. Temos tanto espaço. Vamos plantar algumas àrvores de fruta e legumes.
- E morangos. - disse Juliette.
- Sim morangos, mas tu é que vais cuidar deles.
- Eu cuido, eu cuido.
- Sabes Firmino. Antes eu queria ser engenheiro civil, mas agora quero estudar agronomia. Adorei estar lá na fazenda e neste momento o meu sonho é poder ter a minha fazenda e criar lá a minha família.
- E nós? - perguntou Luisa.
- Tu has-de ter a tua família também. Onde não sei. Terás que ser tu a escolher.
- Eu não quero separar-me de vós. - disse Juliette fazendo beicinho.
- E quem disse que vais? Eu não te deixo ir a lugar nenhum.
- Mas se eu quiser, eu vou.
Rodolffo apertou-lhe a bochecha e subiu com a sua mala perante o olhar de Ana e Firmino que assistiram à conversa sem dizerem palavra.
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Robe cor de rosa
FanfictionÉ na infância que se criam memórias que podem ou não marcar uma vida.