Gratidão e felicidade

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Hoje sinto-me nostálgico.  Esta noite tive uns sonhos com meus pais.  Vi-os chegar com Juliette pela primeira vez e lembro que na mesma hora eu senti uma atracção por aquela menininha.

Depois de muitos anos eu sinto a falta deles e dou por mim a pensar o que eles diriam de tudo isto.

Deixei Juliette a descansar com Maria Júlia e vim um pouco para o jardim.

Depois de Ju ter sofrido bastante durante o parto, finalmente a nossa filha veio para casa.  Faz três dias que ela tiveram alta e aqui estão plenas.  Quer dizer, a Ju diz que é só cansaço.  Por isso é que eu a deixo descansar.

Encontrei Luísa na cozinha.  Tinha tirado uns dias e veio acompanhar o parto de Maria Júlia.

- Estás bem,  mano?

- Um pouco estafado, mas muito feliz.

- A tua cara não diz o mesmo.

- É que hoje sonhei com os pais e com tudo o que aconteceu.   A vinda da Ju, a morte deles,  a nossa fuga, etc....

- Eu tenho muitos momentos dos quais me lembro e da nossa infância.  Hoje tu já és pai e eu também quero ser mãe no próximo Verão.

- Espero que os teus sonhos se concretizem, mana.  Conta sempre comigo como sempre.

- Tu também.  - disse Luísa abraçando-o.

- Obrigado mana.  Vou ficar no jardim.

- Bebe um café.

Rodolffo pegou numa caneca, colocou café nela e seguiu para o jardim.

Estava deitado na rede de olhos fechados quando ouviu uma voz familiar.

- Acordei e tu não estavas.

- Quis deixar-te descansar.

- Mas eu gosto quando ficas lá comigo.

- Deita aqui um pouco.  A Maria Júlia?

- Mamou e voltou a dormir.  A Luísa disse que eu podia vir pois ela cuida se chorar.

- Deita aqui na rede comigo.   Gosto quando estamos juntinhos.

Juliette deitou e ficaram abraçados a conversar coisas aleatórias.

- Ju!  Precisamos marcar o casamento.  Eu sei que já estamos mais que unidos, mas precisamos dar esse passo.

- Eu nem faço muita questão.   Não tenho paciência para todo esse trabalho que é necessário para conseguir  casar.

- O casamento é fácil.  A festa é que dá trabalho.

- Então vamos combinar não fazer festa.  Vamos ao cartório e já está.  Aproveitamos que a Luísa está cá e fazemos só um almoço familiar.

- Concordo minha rainha.  E eu prometo uma lua de mel logo que for possível.  Vamos para onde tu quiseres.

- Amo-te tanto Rodolffo.   Obrigada por nunca desistires de mim mesmo quando eu me tornei chata.  Obrigada por me amares desde sempre  e me dares uma filha linda.
Obrigada por seres quem és, um companheiro exemplar, um pai carinhoso, um irmão doce.  Nós duas somos gratas por ti.

- De nada meu amor.  Também amo as duas,  princesa e rainha do meu coração.

Beijei Juliette e ela repousou nos meus braços enquanto uma brisa suave nos embalava. 

Por tudo o que passamos na infância,  pela tristeza de perder os nossos pais, por termos tido duas pessoas maravilhosas que cuidaram de nós e nos deram amor, por termos superado a dor da perca, Eu, Luísa e Juliette somos muito gratos a Deus.  Eu especialmente sou grato e muito feliz.

Ao longe ouvi o choro de Maria Júlia.  Ajudei Juliette a levantar-se e lá fomos abraçados atender a coisa mais importante da nossa vida.  A nossa filha.

FIM

Robe cor de rosaOnde histórias criam vida. Descubra agora