{Capítulo. 38}

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Quando você começa algo, você tem que terminar.

Essa era uma frase que seu pai sempre lhe dizia e que ele levou para a vida toda. Também foi a primeira coisa que pensou quando colocou os pés para fora do veículo e encarou a mansão que outrora estava manchada com o sangue de seus companheiros. Agora, totalmente reformada, estava mais brilhante que nunca, dando um ar mais leve e renovado.

Há males que vem para o bem, no final, Shoto riu amargo com esse simples pensamento. Por mais que seja verdade, ainda amargava sua boca ao lembrar-se dos bons homens que perdeu.

Nesse momento, ele sabia que teria muito trabalho a ser feito.

Havia se passado dois meses desde que Izuku acordou. Quando essa notícia chegou até Fuyumi, a mesma estava em uma reunião e soltou um grito tão alto de felicidade que deve ter assustado todo mundo, surtando e chorando ao ouvir a voz de Izuku. Logo a chamada foi inundada de gritos eufóricos do seus amigos.

Um verdadeiro caos.

Claro que o bicolor não julgou, já que aconteceu o mesmo com ele e os outros. Todos ansiavam por sua sobrevivência. Shoto ficou feliz em acompanhar a recuperação do esverdeado, que estava mais saudável do que antes — ele desmaiava com frequência e ficava cansado muito facilmente — e estava amando conhecer a pequena Ayumi, essa que já pegou um apego nele.

Akemi também surtou de alegria quando viu seu mama acordado e passou os próximos dias grudada nele, sem querer sair para almoçar ou jantar. Izuku começou a ficar preocupado e pediu a Shoto que trouxessem a comida dela para o quarto, assim ela comeria junto com ele.

No final, quem deu comida na boca da filha foi o bicolor, pois não queria que Izuku se esforçasse demais.

Outra pessoa que parecia bem animada era a Shino. Após aquele dia, o dia em que conseguiram salvar o esverdeado, a mulher investigou mais a fundo e fez testes de sangue, descobrindo uma possível rota para a cura do CPH9.

E a chave para isso era Izuku.

Por algum motivo as células no corpo do esverdeado conseguiram absorver boa parte das moléculas de toxinas da droga, tornando cada pedaço do corpo dele especial e perigoso. Por tanto, se fosse descoberto que ele conseguiu sobreviver e absorver o veneno, o tornando um possível antídoto ambulante, os seus inimigos tentariam matá-lo novamente ou sequestra-lo, no intuito de realizar experimentos.

Todoroki temeu esse pensamento e não querendo arriscar a vida de sua família novamente, descidiu que seria melhor Izuku e suas filhas permaneceriam na mansão yang.

Pelo menos até que a situação atual fosse resolvida e não aparentasse nenhum perigo à vida deles.

Afastando seus pensamentos, Shoto respirou fundo antes de dar o primeiro passo em direção a entrada.

Os sapatos engraxados e sem um arranhão faziam um leve barulho a cada passo calmo em direção a porta de entrada, sem pressa, aproveitando o dia ensolarado e a fraca brisa que passava. O seu coração batia agitado. Ele permaneceu parado por alguns segundos, encarando a madeira de mármore pintada de branco que formavam sua porta, até tomar coragem o suficiente para agarrar a maçaneta e, lentamente, abrir a porta.

A visão que teve era um tanto engraçada. Claro, sabia que algo do tipo aconteceria, estranho era se não acontecesse, então não estava tão surpreso por ver seus amigos enfileirados, um do lado do outro, e outros subordinados armados logo atrás, formando um corredor que levava até Fuyumi e os irmãos Iidas.

A mulher sorria de orelha a orelha, mostrando a alegria que brilhavam em seus olhos curvados e acinzentados. Seus amigos enfileirados também pareciam animados, tendo a mesma reação que sua irmã mais velha.

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