{Capítulo. 33}

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— Repita — ordenou Fuyumi, precionando as têmporas enquanto apertava os olhos. — Repita o que acabou de dizer.

— Tudo de novo?

— Tudo de novo.

Overhaul soltou um longo suspirou.

— A organização da 'Cruz Vermelha' declarou desistência em relação ao ataques da máfia. Parece que eles estão dispostos a se submeter.

Fuyumi descansou as mãos sobre a mesa, suspirando pesadamente.

A declaração da organização da 'Cruz-Vermelha' de não resistir a investidas da Yakuza era uma surpresa, já que a organização sempre vinha causando problemas para eles e perturbando a cabeça de Shoto.

Depois de descobrirem que os remanescentes estavam reunindo forças secretamente para causar um rebuliço, Fuyumi assumiu a posse da máfia temporariamente, decidindo se livrar logo dessa dor de cabeça. Mas com essa desistência, se fosse antes ela certamente acharia que eles estavam tramando algo maior, mas agora...

— Eles não desistiriam assim tão fácil. Não sem nada em troca. — A mulher abaixou o olhar, pensativa, cutucando a madeira da mesa com o indicador. Ainda sem olhá-lo, ela perguntou: — O que ela quer?

Overhaul hesitou em responder, franzindo levemente as sobrancelhas.

— O Shigaraki.

O indicador de Fuyumi parou de cutucar a mesa.

Ela levantou a cabeça lentamente em um revirar de olhos. Voltou a encarar o moreno. Claro, ela já esperava por algo assim desde que descobriram que Hanabi Masataki era irmã de Shigaraki.

— Só isso?

Ele negou com a cabeça.

— Ela quer se encontrar a sós com o Shigaraki, sem o envolvimento da Yakuza.

— Não posso autorizar que um companheiro nosso se encontre com uma, ainda, possível rival nossa. — Ergueu o queixo, franzindo o cenho pela audácia da mulher em querer uma reunião privada com um dos seus subordinados sem seu envolvimento. Não ligava se eram ou não irmãos.

— Fale com ela, então. Shimura me deu o número dela. — Ele tira o celular do bolso, olhando diretamente para a sua chefe a espera de uma autorização.

Fuyumi apenas abanou o ar, em sinal que o fizesse.

O homem ligou o celular, desbloqueando usando sua digital. Seu dedo deslizou pela tela até que clicou no número escolhido. O celular chamou... chamou... até que ouviu a delicada voz feminina que o moreno conhecia.

Alô?

Overhaul olhou para Fuyumi, que fez um sinal para que ele se aproximasse para entregar o celular. Ele obedeceu. Ela pegou o aparelho e o posicionou perfeitamente sobre a mesa, no viva-voz, pegando uma caneta no potinho de canetas.

— Hana Shimura ou Hanabi Masataki? — questionou Fuyumi, tirou a tampa da caneta e a ergueu até a altura dos olhos, encarando a ponta.

A mulher do outro lado da linha pareceu bufar de raiva.

Hana Shimura. — Sua voz soou com seriedade. — Quantas vezes terei que repetir isso? Vou mesmo precisar usar um cartão de identificação para qualquer lugar que eu vá?

— Perdão, não era minha intenção ofendê-la desse jeito. — Fuyumi sorriu divertido, abaixando a caneta e a colocando na horizontal sobre a mesa. — Pode me perdoar, não é?

— Eu tenho escolha?

— Fiquei sabendo que você quer se render a nós na condição de ter uma reunião privada com um dos nossos sem a nossa intervenção. — Fuyumi segurou a caneta entre seu polegar e indicador, sem tirá-la da mesa, e a girou. — Não acha que está sendo audaciosa demais? — Apoiou o cotovelo na mesa, com a palma cobrindo a sua bochecha, os olhos fixos na caneta girando. — Por quê?

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