{Capítulo. 35}

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Fuyumi estava um caos por dentro.

Seus saltos batiam frenéticos no chão, enquanto seus olhos estavam fixos no aparelho eletrônico sobre a mesa. Perdeu as contas de quantas vezes pegou aquele celular, o soltou e o pegou de novo, sempre intercalando suas mãos no aparelho ou em agarrar seus fios platinados e bagunçar seu penteado, tentando se decidir se ligava ou não para Shoto, a fim de lhe dar a péssima notícia.

Agora, sozinha naquela sala com as informações que conseguira obter do seu prisioneiro e amiga, Fuyumi não sabia se chorava, segurava, ligava ou... ou... Ela não sabe.

Shoto, seu irmãozinho mais novo, experimentou pela primeira vez o que é o amor e como ele é caloroso, por mais que tenham certas desavenças que uma boa conversa não resolva. Mas é a primeira vez dele, então ela deixaria isso passar, já que seu irmão não sabe se comunicar ou resolver problemas que envolvam seus próprios sentimentos.

Porém, com esse amor, vem às consequências.

Ter uma fraqueza era inevitável e doloroso ao mesmo tempo.

Seu irmão estava presenciando isso em primeiro mão, assim como sua mãe, que fugiu e se escondeu pelo bem de seu marido. Dar essa notícia pra ele, que o amor de sua vida não tem mais salvação, era doloroso até de pensar. Seu coração afundava no peito, sabendo que ela seria a responsável de transmitir essa má notícia para seu irmão mais novo.

E como o destino parece zombar de sua indecisão e sofrimento, a tela ascendeu e o celular vibrou sobre a madeira, tirando-a de seus devaneios. Na tela era possível ver o nome "Shoto, irmãozinho", com um coraçãozinho no final.

Respirando fundo, engolindo as lágrimas, pegou o celular com suas mãos trêmulas e atendeu a chamada.

Fuyumi?

A mulher ouviu a voz de seu irmão. Tão calma e inocente. Sentiu estacas afiadas fincarem em seu peito, a condenando a condenar outra pessoa. E não uma pessoa qualquer, mas, sim, seu irmãozinho.

— Tenho informações — disse a mulher, escondendo a voz aguada.

Não tinha mais volta.

Com as mãos trêmula, apertando o aparelho firmemente para que não escapasse, teria que relatar as informações para seu chefe, por mais doloroso que fosse. Ela não podia mentir — ela fez uma promessa —, e mentir era uma das piores coisas que podia existir na face da terra. Mentir era o mal mais profano que existia.

Na máfia era aceito tudo, menos mentira.

— Você está perto da Akemi? Ou... do Izuku? — Ela precionou os lábios, formando um linha reta, sentindo seus batimentos cardíacos cada vez mais intensos.

Eles estão dormindo. Por quê?

— Saia de perto deles, por favor.

— ...

Mesmo que tentasse reprimir suas emoções, Fuyumi estava ciente que sua última frase saiu como uma súplica melancólica.

Demorou um tempinho para Shoto locomover-se. Após uns 2 ou 3 minutos de espera, ele disse:

Fale. — Seu tom saiu severo, possivelmente já prevendo notícias ruins.

— A organização de 'Meta Liberação' está de volta, desta vez com um novo líder. Pelo que o Sr. Meliton nos disse, parece que o novo líder se chama "Redestro" e ele é responsável pelo ataque a mansão. — Fuyumi deu uma pausa, respirando fundo, antes de continuar: — Não sabemos qual o objetivo deles ou se continuam os mesmo, mas descobrimos que eles criara uma drogas chamada 'CPH9'. É a droga que está no corpo do Izuku.

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