Capítulo 7: Realidade

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Rhysand me encarra confuso e dá um passo à frente, sua mão estendida em minha direção, como se quisesse me tocar, talvez me acalmar.

Mas eu estou aterrorizada. Eu sou ela, Amarantha. Ele vai me matar, ele me odeia.

O pânico cresce dentro de mim, como se fosse uma onda prestes a me engolir. Sinto-me como sua presa, encurralada, sem escapatória, e ele, o predador. Estou paralisada, mas não consigo permitir que ele se aproxime mais.

Ergo a mão em um reflexo de autodefesa, esperando que isso o detenha, mas então algo acontece. Algo que não deveria. Sinto uma energia bruta, agressiva, correr por meu corpo e fluir pela minha mão.

Um cheiro forte sobe pelas minhas narinas—magia. Como eu sei que é magia? Não sei, mas tenho certeza.

Antes que eu possa pensar, uma luz branca, ofuscante, explode de minha mão, arremessando Rhysand.

Eu o vejo ser lançado violentamente contra a parede rochosa do outro lado do quarto. Um gemido baixo escapa de seus lábios quando ele colide com a pedra, e o som ecoa pelo ambiente, fazendo meu coração disparar ainda mais rápido.

— Não, não, não... — murmuro, minha voz tremendo, enquanto olho assustada para minha própria mão. Eu não controlei aquilo, foi como um reflexo, algo instintivo e fora do meu controle. Eu não queria machuca-lo.

A adrenalina corre por minhas veias, pulsando com tanta força que sinto como se meu corpo fosse explodir.

Preciso sair daqui. Sem pensar, levanto-me rapidamente, as pernas tremendo, mas firmes o suficiente para me mover. Quando encontro a porta, corro. Corro como se minha vida dependesse disso. E talvez dependa.

Eu não olho para trás. O medo é uma corrente que me empurra para frente, alimentando minha velocidade, que agora parece sobre-humana. Cada passo é um impulso perfeito, uma precisão que eu nunca tive antes. É como se eu conhecesse esse corpo, mesmo sem conhecê-lo.

Sinto o frio que preenche o ambiente ao meu redor, o ar gelado mordendo minha pele. Mas junto com o frio, vem outro cheiro, um cheiro que faz meu estômago revirar—sangue.

O aroma metálico e denso é nauseante, e parece estar em todos os lugares, impregnando o ar e as minhas narinas.

É horrível, sufocante, como se o cheiro estivesse se enraizando dentro de mim, tornando impossível ignorá-lo.

Eu corro mais rápido, tentando escapar não apenas do lugar onde estou, mas também do cheiro, do pavor, e do terror de quem eu me tornei.

A noite se revela do lado de fora, mas agora, com a adrenalina percorrendo meu corpo, consigo distinguir melhor as formas ao meu redor. A escuridão parece viva, como se o próprio ar fosse denso, pesado o que contribui pra neblina que está ao seu redor.

Meus olhos captam vislumbres da estrutura do local enquanto corro—um castelo, antigo e imponente. Meu Deus... poderia ser o castelo sob a montanha?

Isso não pode ser real. E, no entanto, tudo é tão... vívido. Cada detalhe, cada sensação, cada batida do meu coração ressoando em meus ouvidos.

Os corredores pelos quais passo são vastos e sombrios, com candelabros de joias presos entre as pilastras, manchando o piso de mármore vermelho com um brilho inquietante.

Eu não sei para onde estou indo. Não me importo. Só quero sair daqui. Quero voltar para casa, para a minha família, para meus amigos. Para o Max. Meu Deus, o Max... O pensamento do meu irmãozinho faz meu coração se apertar, como se estivesse sendo esmagado por um punho invisível. Eu perdi tudo?

Com esse pensamento corro ainda mais rápido, desesperada, meus pés mal tocando o chão enquanto me movo pelos corredores intermináveis.

Não sei por quanto tempo corro mas eventualmente, entro em uma ampla câmara entalhada em pedra pálida, sustentada por inúmeras pilastras esculpidas.

Mas algo nas pilastras me detém por um momento. Esses entalhes... não são apenas desenhos decorativos. Eles retratam feéricos e Grão-Feéricos, animais e criaturas, todos em cenas complexas, em várias posições, narrando histórias de Prythian. São histórias antigas, profundas, gravadas na própria pedra do lugar.

É aterrorizante. Isso tudo é real?

Eu estou realmente aqui, neste mundo?

E não posso ser ela. Não posso participar dessa história. Não posso ser Amarantha.

Meus olhos, desesperados, fixam-se em um trono preto de pedras, vazio e sombrio, no fundo da câmara. Algo chama a minha atenção, como se quisesse que eu fosse até ele.

Mas eu não paro para analisar, não tenho tempo.

O medo e a urgência me conduz para frente, para longe daquele trono que carrega o peso do caos. Passo por duas enormes portas antigas de pedra e, finalmente, estou fora.

O ar gélido da noite atinge meu rosto como uma bofetada, mas continuo correndo, incapaz de parar.

O chão sob meus pés é frio e úmido, e ao olhar ao redor, percebo que estou em um campo vasto.

Mas a visão que me aguarda é ainda mais assombrosa do que o castelo que deixei para trás. O cheiro de sangue, que já estava impregnado em minhas narinas, se intensifica, tornando-se quase sufocante.

O campo é vasto, Há uma escuridão que paira sobre ele, uma sombra que parece viva, pulsante, como se o próprio terreno estivesse manchado por anos de sangue derramado.

E isso talvez tenha acontecido de fato.

A grama, antes verde, parece ter sido tingida de um vermelho profundo, escuro, como se o solo estivesse encharcado com o sangue de incontáveis vítimas.

Em algumas áreas, vejo ossos semi-enterrados, pequenos montes brancos que se destacam na escuridão, um testemunho sombrio do que aconteceu ali.

A sensação de pavor aumenta dentro de mim.

Minha mão começa a tremer, resquícios de quem eu fui um dia. Estou aqui ainda, Está tudo bem Stella. Logo essa sensação vai passar.

Digo a mim mesma sempre que tenho crise de ansiedade.

Este lugar... é um campo de morte. Um local onde incontáveis vidas foram tomadas, onde o cheiro de sangue e a presença da morte são tão densos que parecem uma entidade própria, assombrando o local.

As sombras parecem se mover, dançando na periferia da minha visão, e eu quase posso ouvir sussurros, como se as almas daqueles que morreram aqui ainda estivessem presas, incapazes de descansar.

Eu corro mais rápido, tentando escapar do terror que me envolve. Mas, com cada passo que dou, a realidade desse mundo me atinge com força.

Estou aqui. E eu sou Amarantha. E não sei se há escapatória disso.

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Estrelinhas que aflição que estou sentindo com essa primeira impressão da Stella.

O que vocês estão achando ? Como lidariam com esse cenário macabro ?

Não esqueça de votar!

xoxo 💋

Corte de Sombras e Lembranças | AmaranthaOnde histórias criam vida. Descubra agora