Corte de Sombras e Lembranças | Amarantha

Capítulo 28: Eris?

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- Eris? - Minha voz sai como um sussurro surpreso.

Ver o macho em cima de mim me causa uma repulsa que nunca senti antes. Ele conseguiu de alguma maneira me achar e me encurralar aqui, foi tão fácil.

Eu me tornei a presa, o que deixa evidente todo o meu fracasso em me parecer com a Amarantha.

Eu sou completamente vulnerável e fraca.

E Eu não esperava ser atacada, muito menos por alguém tão...

Lindo?

Eu sei que é um momento péssimo para exaltar a beleza do macho à minha frente, mas não consigo evitar.

Quando meus olhos se encontram com os dele, sinto um turbilhão de emoções que me deixa sem palavras por um breve momento.

O vento frio da noite brinca com seu cabelo ruivo curto, moldando-o de maneira que acentua ainda mais sua beleza intrigante.

A postura alta e rígida dele transmite uma confiança inabalável. Seu maxilar marcado é um convite para eu me perder em seus traços, e a barba bem feita adiciona um toque de sofisticação à sua aparência. Mas o que realmente me cativa são seus olhos - um tom amendoado, quase amarelo, que brilha intensamente à luz suave da noite.

Sinto meu coração acelerar, um misto de admiração e confusão se entrelaçando em minha mente. Nunca imaginei que uma beleza tão intrigante pudesse ser tão perturbadora. A aura que o envolve é magnética, e, por um momento, esqueço o que estava prestes a dizer.

A tensão no ar é quase palpável, e tudo ao nosso redor desaparece, deixando apenas nós dois e essa conexão estranha que se forma entre nós.

Até que ele a quebra:

- Olá, amor. - Sua voz ronrona no meu ouvido, um som sedutor que faz meu coração disparar.

Que merda está acontecendo?

Isso não faz sentido. Essa interação nunca foi mencionada nos livros... Mas e se...

E se houver algo nas entrelinhas que ninguém sabe?

Engulo em seco, a adrenalina percorrendo meu corpo enquanto meu coração bate forte, pulsando como um tambor de guerra. Estou assustada, confusa, e a presença dele me provoca uma mistura de raiva e algo que eu não posso nomear.

Meus olhos o fuzilam, um aviso claro de que ele não deve tocar em mim novamente.

- Saia de cima...

Mais um sussurro cortando a escuridão da noite.

Ele analisa meu rosto, seu olhar atento me deixando vulnerável. Sua mão afrouxa meus punhos e ao tocar meu rosto, deslizando lentamente, seus olhos se fixam nos meus lábios. Sinto um frio na barriga, uma sensação de impotência que me incomoda.

- Pare...

E, surpreendentemente, acontece. Ele não demonstra surpresa; pelo contrário, parece reconhecer a magia que flui entre nós como se fosse algo familiar.

Estou usando magia... autodefesa novamente, mas agora... tudo se torna mais real, e a magia à qual estou ligada não é o maior dos problemas aqui.

O que é isso?

Sinto que sua mão parou no ar, hesitante, mas ainda assim ele tenta se aproximar de mim, como se uma força invisível o puxasse contra a direção desejada.

É algo que ele não consegue avançar por mais que a ruga em sua testa mostre o quanto de força ele está usando. Isso é algo que só vi em filmes, parece telecinese...? É uma conexão estranha, e então percebo que há muito mais em jogo do que eu imaginava.