꧁༒꧂
- Você está com fome né ? - pergunto, tentando não soar ansiosa.
Ele me olha com uma mistura de surpresa e esperança, como se aquela simples pergunta pudesse resolver todos os problemas do mundo. Eu sorrio suavemente.
- Sim, bem... eu estou com muita fome... - ele admite, a voz quase se apagando de tão baixa.
- Pra quem você estava roubando comida? - Minha pergunta é direta.
- Como assim pra quem... ninguém... - Ele se enrola nas palavras, e percebo imediatamente que está mentindo.
Eu suspiro, tentando manter a calma e a paciência.
- Olha, se você me disser, eu posso te dar comida pra levar pra ele também - proponho, suavizando meu tom.
Ele fica em silêncio por um tempo, os olhos desviando para longe, como se estivesse ponderando se deve confiar em mim ou não. Finalmente, ele suspira, a derrota em seu semblante.
- Meu irmão... ele é como eu e está doente... e está me esperando do outro lado... - ele confessa, a voz cheia de medo e amor ao mesmo tempo.
Eu sorrio, porque entendo perfeitamente o propósito dele, o desespero e o sacrifício.
Eu faria o mesmo pelo max.
- Isso é muito nobre, sabia? Arriscar sua vida para ajudar seu irmão - digo, minha voz cheia de uma admiração genuína que não consigo esconder.
Me levanto da cama com determinação.
- Eu vou até a cozinha e já volto. Fique aqui e não faça barulho, está bem?
Ele acena com a cabeça, os olhos arregalados de surpresa. Saio do quarto e me dirijo à cozinha, o único lugar que conheço bem o suficiente para encontrar comida em qualquer hora da noite. É sempre um lugar vazio durante as madrugadas, graças ao bom Caldeirão. Começo a vasculhar os armários em busca de algo que ele possa levar.
Pego um saco de pano e encho-o com pães frescos, um punhado de uvas, queijo, e uma coxa gorda de Cervo-meu novo prato favorito desde que cheguei a este lugar. A cada item que coloco no saco, sinto uma estranha sensação de satisfação, como se cada gesto significasse mais do que apenas dar comida a uma criança faminta.
Volto ao quarto com o saco em mãos, tentando não fazer barulho. Ao abrir a porta, vejo Eamon ainda sentado na cama, olhando para mim com um brilho de esperança nos olhos. Coloco o saco na cama ao lado dele, sem dizer nada, apenas observando a reação dele.
- Isso... tudo isso é pra mim? - Ele pergunta, a voz quase se quebrando.
- Sim, pro seu irmão também. - Eu me sento ao lado dele novamente. - Espero que seja o suficiente para os dois.
Eamon olha para o saco, hesitando por um momento antes de abrir e ver o conteúdo. Quando vê a comida, seus olhos se arregalam, e ele olha para mim, como se não pudesse acreditar que alguém como eu pudesse fazer algo assim.
- Obrigado... - ele sussurra, e eu apenas aceno, sem saber o que dizer.
- Só come logo, tá ?
Ele não pensa duas vezes e começa a devorar um dos pães.
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- Preciso que você faça algo. - Digo assim que ele termina de comer, minha voz assumindo um tom mais sério.
- O que é? - Ele pergunta, a curiosidade se misturando ao medo em seus olhos.
- Você precisa gritar.
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Corte de Sombras e Lembranças | Amarantha
Fantasía𝘐𝘮𝘢𝘨𝘪𝘯𝘢 𝘢𝘤𝘰𝘳𝘥𝘢𝘳 𝘦𝘮 𝘴𝘦𝘶 𝘭𝘪𝘷𝘳𝘰 𝘧𝘢𝘷𝘰𝘳𝘪𝘵𝘰, 𝘮𝘢𝘴 𝘦𝘮 𝘷𝘦𝘻 𝘥𝘢 𝘩𝘦𝘳𝘰í𝘯𝘢, 𝘷𝘰𝘤ê 𝘴𝘦 𝘵𝘰𝘳𝘯𝘢 𝘢 𝘷𝘪𝘭ã 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘵𝘦𝘮𝘪𝘥𝘢 𝘥𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘢𝘴. 𝘈𝘨𝘰𝘳𝘢, 𝘢𝘰 𝘢𝘣𝘳𝘪𝘳 𝘰𝘴 𝘰𝘭𝘩𝘰𝘴, 𝘦𝘴𝘵𝘰𝘶 𝘥𝘰𝘪𝘴...