Capítulo 42: Segunda Chance

787 144 90
                                    

꧁༒꧂

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

꧁༒꧂

Após dias da minha chegada, o tempo escapa por entre os dedos, como se a própria Mãe estivesse ansiosa para assistir ao desfecho da minha história.

Duas semanas se passaram desde meu último encontro com Rhysand. Ainda não começamos nossos treinamentos; pedi para que ele aguardasse até que eu conseguisse organizar algumas coisas. Ele, é claro, ficou curioso, mas me limitei a deixá-lo sem respostas, segurando o pouco controle que ainda tenho.

Quanto ao nosso último encontro? Completamente perturbador. Ele pensar que eu... e o beijo... Só quero apagar aquilo da minha memória, enterrar essa lembrança onde ela nunca mais me alcance.

Ainda mais porque fui estúpida. Por um instante, esqueci o que significaria a frase "sinto muito" pra ele. Eu me esqueci da ligação entre mim e o pai do Tamlin, uma amizade que, pelo jeito que Rhysand mencionou, foi mais profunda do que eu imaginava.

Nessas semanas, passei meus dias escrevendo cada detalhe da história, como um lembrete vital do que eu preciso saber, dos momentos cruciais e dos personagens fundamentais.

Suriel, o Entalhador de Ossos, a Tecelã...

São eles que mais despertam minha curiosidade. Talvez, com eles, eu possa encontrar respostas — respostas sobre meu destino, sobre o que realmente me aguarda.

Principalmente o Entalhador de Ossos — ele pode adivinhar o futuro, especialmente a morte dos outros. Ele veio de outro mundo, quase como se ele também fosse uma alma reencarnada, uma existência antiga e macabra. Talvez, apenas talvez, ele pudesse entender o peso que carrego, o fardo de viver numa pele que não é a minha.

Afinal, ele conhece o futuro... e há algo mais fascinante para mim do que isso? Descobrir como morrerei ?

É louco imaginar que sempre sonhei em mergulhar nos mundos dos livros que eu lia, explorar lugares novos, conhecer pessoas fascinantes. Sentir o que as protagonistas sentiam, descobrir como é usar magia, e finalmente encarar os personagens que, até então, só habitavam minha mente.

Seria como um sonho... se eu não estivesse presa na pele da vilã. Já me amaldiçoei por essa obsessão que eu tinha em querer entrar em um mundo de fantasia. Olha onde essa loucura me levou.

Mas pelo menos eu não reencarnei em Attack on Titan, eu seria apenas uma figurante que morreria no primeiro episódio do anime.

Ainda assim, a sensação de viver aqui é tão intensa quanto. Cada poro do meu corpo parece vibrar com magia; meus sentidos estão mais aguçados, tudo parece mais vívido. E o melhor? Não sinto dor — e me curo quase que instantaneamente se me machuco.

Corte de Sombras e Lembranças | AmaranthaOnde histórias criam vida. Descubra agora