Capítulo 15: A Flor que Não Desbota

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꧁༒꧂

A fenda no chão se abre com pelo menos quarenta centímetros de largura, revelando o poder incontrolável que pulsa em minhas veias. Reviro os olhos, exausta, e passo a mão pelo cabelo, desfazendo o penteado de qualquer jeito.

Cada movimento é uma tentativa frustrada de acalmar a correnteza violenta de energia que sinto em meu corpo.

Eu preciso controlar esse poder, estou sendo uma bomba relógio assim.

A sensação do caos cresce dentro de mim, como um rio prestes a romper suas margens.
É forte demais, tão visceral e bruto, como se estivesse sempre à beira de me engolir.

Esse poder, pode ser alto destrutivo se eu não tomar cuidado, afinal eu mantenho a magia de sete grão-senhores. Mas não sei se posso acessá-la.

Mas... por onde começar?

A frustração cresce com cada segundo que passa. No livro, nunca foi descrito exatamente quais eram os poderes da Amarantha, apenas que ela era inteligente o bastante para enganar todos os Grão-Senhores.

Então vamos recapitular a história original, obrigada Deus pela boa memória e obsessão por esses livros. Ou devo dizer obrigada ao caldeirão ?

Amarantha é a Grã-Rainha desta terra. A Grã-Rainha de Prythian.

Mas sempre houve sete Grão-Senhores que governavam Prythian igualmente. Não havia Grã-Rainha. Assim costumava ser, como sempre foi. Até cem anos atrás, quando ela surgiu nestas terras, uma emissária de Hybern.

Amarantha foi de corte em corte seduzindo Grão-Senhores com conversas sobre mais negócios entre Hybern e Prythian, mais comunicação, mais compartilhamento de bens.

𝘼 𝙁𝙡𝙤𝙧 𝙦𝙪𝙚 𝙉ã𝙤 𝘿𝙚𝙨𝙗𝙤𝙩𝙖, 𝙚𝙧𝙖 𝙘𝙤𝙢𝙤 𝙖 𝙘𝙝𝙖𝙢𝙖𝙫𝙖𝙢.

E, durante cinquenta anos, ela viveu aqui, como uma cortesã não ligada a nenhuma corte, fazendo retratações, alegava ela, pelas próprias ações e as ações de Hybern durante a Guerra.

Ela lutou na Guerra contra os mortais.

Sua história é lenda entre o povo; lenda e pesadelo. Ela era a general mais letal do rei de Hybern, lutou nas linhas de frente, massacrando humanos e qualquer Grão-Feérico ou feérico que ousasse defendê-los.

Mas tinha uma irmã mais nova, Clythia, que lutou ao seu lado e que era tão cruel e desprezível quanto Amarantha... até que se apaixonou por um guerreiro mortal. Jurian.

Jurian comandava exércitos humanos poderosos, mas Clythia mesmo assim o procurava secretamente, ainda o amava com uma intensidade irrefreável.

Parecia cega demais para perceber que Jurian a usava a fim de conseguir informações sobre as forças de Amarantha. Ela suspeitava disso, mas não conseguiu persuadir Clythia a deixá-lo, e não conseguiu matá-lo, pois isso causaria muita dor à irmã.

Amarantha se deliciava com tortura e morte, mas amava a irmã o suficiente para permanecer fiel a ela.

Jurian traiu Clythia.

Depois de meses suportando ser seu amante, ele conseguiu a informação de que precisava e, então, torturou e matou Clythia, crucificando-a com freixo para que não conseguisse se mover enquanto ele o fazia. Jurian deixou os pedaços de Clythia para que Amarantha os encontrasse.

Dizem que a ira de Amarantha poderia ter derrubado os céus caso o rei não a proibisse de revidar.

Mas Amarantha e Jurian tiveram seu confronto final mais tarde, e, desde então, Amarantha odeia humanos com uma raiva que não se pode imaginar.

Corte de Sombras e Lembranças | AmaranthaOnde histórias criam vida. Descubra agora