3 - Privacidade

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Maraisa Henrique:

Maiara, por que?

— Nada, ela pareceu ser legal.

— Ela é, só que anda com a minha irmã, então... — Bárbara diz debochada e ri.

Fomos almoçar e depois do almoço fomos para o alojamento.

— O que vão fazer agora? — Luísa pergunta.

— Eu acho que vou pra sala de musculação — Digo naturalmente.

— Deus me livre, a gente já vai fazer exercício demais aqui, você ainda quer ir pra academia? Aqueles caras suados e fedidos devem estar lá — Bárbara faz um fingido vômito.

Eu e Luísa nos entreolhamos.

— Tu é sapatao entao? Bem que pareceu mesmo — Luísa diz na maior naturalidade do mundo.

— Desde sempre graças a Deus! — Ela respondeu dando de ombros — E vocês? Qual orientação sexual?

— Eu me divirto com quem eu quiser me divertir, sendo homem, mulher, tem isso comigo não — Luísa responde e elas olham pra mim esperando minha resposta.

— Eu sou hétero gente, eu hein...

As duas franze o cenho me olhando.

— Então tá né, se você tá falando...

Olho pro livro que estava sobre a cama me lembrando que eu precisava decorar aquele livro de técnicas militares.

— Na verdade acho que vou deixar a academia pra depois, preciso decorar esse livro que a professora Mendonça mandou, preciso de um lugar calmo, que eu possa me concentrar nisso.

— Boa sorte amiga, eu vou descansar — Bárbara diz se jogando na cama dela.

— Eu vou dar uma volta por aí. — Luísa disse com um sorrisinho malicioso. — Te acompanho até o jardim amiga, lá tem uma área mais reservada que quase ninguém vai.

— Como sabe?

— Já vim aqui algumas vezes visitar a minha irmã. — Da de ombros. — Sempre íamos pra lá conversar.

Já com roupas sem ser a farda saímos rumo ao jardim que Luísa havia falado, estávamos em uma conversa entre risos. Até que eu olho pra frente e encontro quem eu menos queria encontrar nessa escola.

Meu sorriso morre no mesmo instante.

— Maraisa minha sala agora.

Engulo em seco já temerosa olhando para os lados, vendo algumas pessoas nos olhando.

— Sim senhor — respondo olhando pra Luísa que me olhava preocupada.

Meu pai segue pra sua sala pisando duro e vou atrás lhe acompanhando com cabeça baixa.

Ele entre em sua sala e me dá passagem fechando a porta atrás de si.

— É assim que você quer se dar bem nessa escola e na sua vida? Ficar andando pelos corredores de conversinha com amiguinhas rindo? — Ela estava de costas.

— Pai eu...

— CALADA — Sua voz sai alta e grossa, denunciando todo seu nervosismo que me deu calafrio, ele se vira pra mim — Eu não quero você de conversa com ninguém — Ele se aproxima de mim.

— Eu não fiz nada demais, estava indo estudar Sr — Digo me virando de costas pra sair, eu não aguentava mais as paranóias do meu pai.

Porém sinto ele me segurar com força pelo braço.

Army School - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora