32 - Possessiva

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Maraisa Henrique:

Dizer que eu estava bem, bem seria uma mentira, eu devia estar, pela primeira eu estava realmente vivendo, só que eu ainda tinha meu pai nos meus pensamentos, ele iria morrer a qualquer momento. Já não tinha chance alguma de viver por muito tempo. Eu evitava falar disso, tentava ao máximo não pensar também, mas era inevitável não pensar.

Por que tudo que tinha que ser tão complicado assim?

— Maraisa... — Sinto a mão da Marília em minha coxa.

Olho pra ela e vejo o carro sendo liberado na entrada de um estacionamento privado, pude perceber que o caminho foi bem curto, de seu apartamento até o local do evento.

Assim que estaciona na vaga, ela tira o cinto de segurança e se vira pra mim.

— Estou falando com você e percebi que não escutou nada, tá tudo bem linda?

Balanço a cabeça rapidamente afastando todos os pensamentos negativos, não queria deixar Marília preocupada, logo agora.

Abro um sorriso um pouco forçado.

— Estou bem, só que pensando em coisas bestas mesmo.

— Tem certeza? Sabe que pode conversar comigo sobre o que quiser. Se quiser ainda podemos voltar.

— Eu tô bem Lila, vamos lá... — Tiro meu cinto e me inclino pra frente pra deixar um selinho em surpresa nela.

Ela sorri, enquanto eu pego a minha bolsa no banco de trás Marília rodeia o carro abre a porta pra mim.

Essa mulher era incrível demais. Eu sorrio pegando em sua mão.

Seguimos até um movimento na entrada do local, onde Marília dá nossos nomes e assim entramos.

Passo meu olho pelo local que estava bem iluminado, tinha um pequeno bar, algumas plantas, um palco que estavam montando os equipamentos. Uma piscina mais no canto, o local estava cheio, mas não lotado.

Marília segurava em minha mão enquanto caminhávamos rumo a um grupo de pessoas no canto no palco.

— Num é que veio mesmo.

— Aqui estou eu — Marília sorri chegando perto dos homens, ela os cumprimenta rapidamente — Essa é a Maraisa, Maraisa esses são, o meu sócio, Ricelly Henrique — Que eu sabia muito bem quem era, amava suas músicas também — Juliano e John Amplificado, que é o que vai gravar hoje.

Cumprimento todos e volto para o lado da minha mulher.

— Finalmente conhecendo a famosa Carla Maraisa, Marília falou muito de você. — Disse Henrique.

Logo engatamos em uma conversa enquanto organizavam o palco, Marília contava que eu também cantava, que Henrique devia escutar. O homem disse pra marcamos que ele queria escutar. Eu estava me animando com a ideia.

Marília pega duas taças de champanhe, me entregando uma.

— Só vai com calma ok? Não quero te ver igual da última vez. — Sussurra pra mim.

Nem eu queria ficar como da última vez, ia pegar leve. Vez ou outra eu ficava sem graça com as olhadas de John sobre mim, não sabia se Marília estava percebendo as secadas do homem em mim.

— Quero a Maraisa bem na frente, preciso de mulheres bonitas saindo na gravação. — O cantor diz me fazendo quase cuspir o champanhe, por não estar esperando isso.

Antes que eu ou até mesmo a Marília pudesse dizer alguma coisa o homem é chamado.

Sinto a mão possessiva da Marília apertando a minha cintura. Ricelly olhava pra amiga com uma cara engraçada.

Army School - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora