22 - Flagra

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Maraisa Henrique:

— Deu horrores né dona Maraisa?

Quase tenho um infarto pelo susto.

— Porra Luísa, vai se lascar.

— Acordei só pra te flagrar, safada... nem acredito que tá dando pra minha irmã.

— Dá pra calar essa boca.

— É estranho saber isso, só que tô amando ter você como cunhada, agora é como se fôssemos da mesma família.

Eu sorrio.

— Larga de ser idiota.

Luísa desce de sua cama e se deita ao meu lado. Ainda estava escuro.

— Como estão? Você e ela? — A loira pergunta.

— Luísa, Marília é incrível, tô vendo um lado dela que pensei que não veria nunca.

— Eu tô percebendo a mudança dela, com a gente óbvio, você tá conseguindo trazer a Lila de volta.

Sorrio pelo apelido.

— Isso é bom né?

— Claro que sim Isa.

Ficamos em silêncio.

— Eu e as meninas ficamos conversando enquanto você estava fora... temos um plano contra o seu pai.

Mesmo no escuro, dando pra ver minimamente, me viro pra ela.

— Então vai fala...

•••

Acordo com Luísa ainda ao meu lado, com o som do alarme soando pela escola. Coço os olhos sonolenta.

Organizo minhas coisas, sigo com as meninas para o banheiro eu apenas escovo os dentes e deixo elas no banho, saindo do local. Estava sem fome. As vezes não conseguia me entender, me dava uma súbita tristeza, não era pra estar assim, tive uma noite incrível. Passo pela enfermeira entrando no local.

— Dona Maria? — Logo ela aparece saindo do cômodo ao lado.

— Que bom te ver filha, está sentindo alguma coisa? — Ela pergunta carinhosa.

Eu me sento na poltrona confortável.

— Na verdade não, eu estou bem, me sinto bem aqui com a senhora e vim fazer uma visita.

— Fico feliz por isso.

Fico em silêncio, pensando.

— Está tudo bem mesmo? — Ela pergunta.

Saiu dos meus devaneios.

— Na verdade... — Meu Deus eu já ia falando sobre Maiara. — Eu sinto falta da mãe que eu não tive, a senhora disse que conheceu o meu pai desde que ele estudava aqui, chegou a conhecer a minha mãe?

Sinto seu olhar vacilar, ela parecia um pouco surpresa com a pergunta.

— Conheci sim filha, sua mãe era uma mulher incrível, pelo menos ela, seu pai amou muito — Vi seu olhar ficar profundo — Sua mãe estaria orgulhosa da filha que tem. — Ela sorri.

— Será mesmo?

Ela se aproxima e segura na minha mão.

— Claro que sim filha. Vem se tornando uma mulher maravilhosa, não só por fora. — Ela sorri.

Fico ali conversando com ela um tempo.

— Maraisa você tomou café da manhã?

— Não estou com fome, ultimamente não ando sentindo fome.

Army School - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora