30 - Visita inesperada

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Maraisa Henrique:

Ficamos conversando mais um pouco, contei para Marília mais detalhado de como eu também amava música, que também tinha algumas composições e até cantava as vezes. Ela disse que depois queria ver isso, confesso que teria vergonha quando ela quisesse realmente ver.

Depois que jantamos tomamos banho e viemos para o quarto da Marília assistir um filme qualquer, agora eu estava no lugar que eu mais amava ultimamente, em seus braços.

Me sentia tão bem, segura, calma, nos braços dela, era como se só existisse nós duas no mundo, na maior paz. Só que confesso que isso ainda me deixava com um pouco de medo, mesmo que nosso sentimento fosse recíproco, eu ainda tinha um pouco de receio do que poderia acontecer no futuro. Só que eu tentaria o máximo viver o presença e tentar não deixar que meus pensamentos sobre o futuro atrapalhassem as coisas.

— O que tanto pensa? Tô vendo que nem tá prestando atenção no filme. — Marília pergunta enquanto fazia carinho nas minhas costas.

Era incrível demais essa versão carinhosa dela.

— Só que logo você vai voltar pra escola, eu vou ir morar com a minha avó, agora eu nem sei o que eu realmente vou fazer, nem sei como a minha vida vai ficar. — Desabafo sincera.

Marília se ajeita um pouco pra me olhar melhor.

— Primeiro de tudo, vamos te arrumar um psicólogo pra você, você fica muito ansiosa com coisas que nem aconteceram ainda, imagino que só pensa em coisas ruins. — Ela estava certa — Pensa que agora você pode fazer o que você quiser, não se preocupe tanto, as coisas acontecem como tem que acontecer. Em relação a mim, eu tenho que ir na escola mesmo, ainda tenho que pensar um pouco sobre as minhas decisões. Eu estou com você, sei que o que temos é algo indefinido ainda, eu quero que você viva, que veja o que realmente quer, isso que significa amar alguém, deixar livre pra fazer suas escolhas. Só que estou aqui com você, pra qualquer coisa, se me quiser na sua vida.

Tava vendo tudo, Marília me achava nova e, uma pessoa que iria começar a viver agora, eu sabia que ela ainda estava com um pé atrás comigo, mesmo me amando, mesmo eu amando ela.

Eu não sabia nem o que responder, minha cabeça andava tão confusa ultimamente que talvez ela estivesse certa, eu tinha que tirar um tempo pra me reconectar, me reconhecer.

Eu só não queria perder ela.

Deixo um suspiro escapar e me aconchego melhor nela.

Quando realmente tudo iria se encaixar?

•••

Acabei pegando no sono um pouco depois da nossa conversa, acabei acordando depois de um pesadelo, Marília dormia serenamente comigo em seus braços. Me desvencilho de seus braços devagar para não acorda-la, sinto o chão frio embaixo dos meus pés, mas mesmo assim sigo para a varanda do quarto da loira, encostando no parapeito. Sinto o vento fresco bater em meu corpo me fazendo arrepiar.

Ainda era madrugada, eu amava a noite, já não era mais novidade né?!

Estava tudo calmo, mesmo com um pouco de movimento que dava pra ver do prédio. A vista era incrível.

Depois de alguns minutos sinto meu corpo sendo abraçado por trás.

— Me assustou, acordar e não ver você. — Marília diz envolvendo mais ainda o meu corpo em seus braços. — Acordou faz muito tempo?

— Tem só alguns minutos. — Me viro de frente pra ela. Vendo uma carinha de sono.

— Está gelada meu amor. — Toda vez que ela me chamava assim, deixava meu coração aquecido e acelerado mais ainda. — Vem, vou esquentar você.

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