7 - Música

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Maraisa Henrique:

Caminho atrás da loira.

Marília vestia uma calça jeans justa azul, uma camiseta branca sem estampa alguma, nos pés um coturno preto, os cabelos em um rabo de cabelo. A calça modelava muito bem suas pernas e bunda.

Marília entra em uma sala vazia eu entro atrás, assim ela fecha e tranca me fazendo engolir em seco.

Sinto ela se aproximando e por reflexo eu dou um passo pras trás sentindo as minhas costas bater na parede atrás, deixo o livro cair no chão e nem sequer eu olho pra poder pega-lo.

Ela fica em minha frente, bem próxima de mim, sentia que meu coração iria sair da caixa torácica a qualquer momento.

Como sempre eu abaixo a minha cabeça engolindo em seco.

O que ela estava fazendo?

— Levanta a cabeça e olha pra mim, agora. — Sua voz firme manda.

Eu ia desmaiar a qualquer momento.

Levanto a cabeça.

— Desculpa senhora. — Falo em um fio de voz.

— Quando eu tiver falando com você, você olha nos meus olhos — Sua voz seria e fria como sempre.

Eu olhava em seus olhos, eles vacilavam enquanto os dela também estava sobre os meus. Por um breve segundo vacilei meu olhar descendo para seus lábios rosados carnudos.

— Quando qualquer pessoa falar com você, não seja esse ratinho medroso. Enquanto for esse ratinho vai continuar dando de cara no chão por ai. — Ela diz e eu já olhava de novo em seus olhos.

Agora que me toquei que ela estava falando sobre as vezes que ela me viu machucada. E de certa forma ela estava certa, em vez de eu sempre abaixar a cabeça parecendo sempre uma garota indefesa e medrosa eu devia me impor olhando nos olhos das pessoas.

— Sim senhora — Digo olhando em seus olhos e agora de forma mais firme, um pouco.

Meu coração ainda estava acelerado, minha barriga borboletas voavam. Eu não podia mais me enganar, essa mulher grossa, rude, nervosa, ignorante, muito bonita mexia comigo, só não sabia porque e, isso definitivamente seria uma coisa que ninguém jamais iria saber.

Marília se vira de costas e anda um pouco pela sala me fazendo soltar o ar que vi agora que prendia.

— Aqui nessa escola não é permitido ficar de romancezinho por aí... — Ela solta me fazendo ficar confusa.

Não sabia nem o que responder ou se podia responder alguma coisa.

Ela se vira de frente e se encosta em uma das mesas da sala. Já eu, estava paralisada no mesmo lugar.

— Senhora não estou de romance com ninguém — Ela deve estar pensando: até parece que você iria falar também né?!

— Não é o que está dando pra ver, aqui é uma escola muito séria e não pra ficar de namorinho por aí.

Era só o que me faltava, se ela contasse que eu tava de "romancezinho" por aí ainda mais com mulheres para o meu pai ele me mataria de vez.

— Senhora Mendonça eu não estou mesmo, por favor não fala isso pro comandante — Tenho certeza que meu tom de voz saiu quase suplicante.

— Henrique não me peça nada, eu faço o que eu achar que deve ser feito. — Seu tom de voz sério me arrepiava até a alma.

— Meu pai vai me matar — Sussurro apenas para mim.

Army School - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora