34 - Liberdade

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Maraisa Henrique:

Tinha acabado de sair do banho, em algumas horas iria tá de frente para o meu pai.

Eu estava nervosa, mas queria acabar logo com isso.

Termino de me vestir e organizo algumas coisas que iria levar, já que de lá do hospital iria para o apartamento da Marília. Estava com tanta saudade, como sempre.

Minha vó queria ir comigo, mas falei que não precisava, eu tinha que encarar isso tudo. Maiara me desejou boa sorte, disse ela que não tinha nada pra escutar dele só que queria saber o que ele iria me falar depois.

Minha vó morava em uma casa em um bairro nobre, porém a casa era bem aconchegante, com três quartos, dois eram com banheiro e closet, sala, sozinha, banheiro, garagem e um quintal. Eu estava começando a me acostumar, eu tinha liberdade pra fazer o que eu quiser, mas como as minhas amigas ainda estão na escola, não tenho feito lá tantas coisas, mas eu me sentia bem, já que antes eu não tinha tal liberdade.

Falando nos meus amigos, a gente conversa sempre por WhatsApp ou vídeo chamada. Maiara e Luisa estão quase desistindo da escola também, eu achava as duas engraçadas, Marília queria que a irmã terminasse pelo menos o ano lá, pra ver se realmente queria desistir.

Escuto alguém bater na porta.

— Pode entrar. — Grito, já que eu ainda estava dentro do closet.

Escuto a porta sendo aberta. Termino de organizar minha mochila e saiu do closet, vendo a minha loira linda sentada na minha cama, quando me vê abre um sorriso lindo, igualmente eu faço.

Vou até ela e me inclino pra deixar um selinho nela.

— Estava com saudades. — Digo. Ela me puxa mais para si, fico em pé no meio de suas pernas e ela abraça minha cintura.

— Eu estava muito mais. — Abraço seu pescoço.

Sorrio.

— Está pronta? — Pergunta.

Respiro fundo.

— Acho que sim.

Marília nada disse, ela sabia que eu precisava ir ver ele, se eu não fosse talvez eu não ficasse com a consciência tranquila depois.

— Então vamos lá. — Marília pega a minha mochila e eu sigo ela.

Nos despedimos da minha vó e saímos rumo ao carro da Marília, onde logo entramos e seguimos caminho até Campinas, onde era o hospital.

Mil coisas se passavam pela minha cabeça, só que agora eu estava mais tranquila, a terapia estava me ajudando muito na minha ansiedade.

Marília coloca a mão na minha coxa e faz um carinho, me fazendo olhá-la e sorrir. Ela tentava me passar segurança, eu me sentia segura com ela.

Depois de uma hora no carro entre poucas conversas, entramos no estacionamento privado do hospital. Minha mão estava suando de nervosismo.

— Eu vou estar com você, qualquer coisa a gente sai e vamos embora ok? — Ela estava vendo que eu estava nervosa.

Tinha conversado com a Marília do dia anterior e ela se ofereceu para entrar comigo, coisa que eu logo aceitei. Qualquer coisa eu corria para seus braços.

Apenas concordo com a cabeça.

Descemos do carro e seguimos rumo a recepção, já estavam aguardando a minha visita já que eu tinha avisado de manhã.

Um guarda nos acompanha e abre a porta do quarto que está meu pai.

Assim que entramos meu olhar logo bate no homem que eu chamava de "senhor" estava diferente, seu rosto magro, bem palido, tinha os olhos fechados.

Army School - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora