Capítulo 6

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Na manhã seguinte ao grandioso baile na casa de Lady Dumbry, o palácio estava envolto em uma calma serena. O sol nascente filtrava-se suavemente pelas janelas do ateliê pessoal que a Rainha Charlotte havia preparado para Lina, enchendo o espaço com uma luz dourada e quente. O quarto, decorado com paletas suaves e delicadas, estava repleto de telas, pincéis, e pigmentos dispostos com esmero. A Rainha sabia que o amor de sua afilhada pela arte era algo precioso, e quis proporcionar-lhe um refúgio onde pudesse expressar sua criatividade sem restrições.

Lina estava sentada junto à janela, os olhos fixos em uma tela em branco, mas sua mente ainda voltava aos momentos da noite anterior. O toque da mão de Benedict, o som da música, a forma como os olhos dele pareciam ler sua alma... Tudo isso a deixava inquieta, mas de uma forma que ela ainda não conseguia entender completamente.

Foi nesse momento de contemplação que a Rainha Charlotte entrou no ateliê com um sorriso travesso nos lábios e um exemplar recém-impresso das fofocas mais comentadas da cidade nas mãos. "Lina, querida," ela chamou, chamando a atenção da jovem princesa, "parece que Lady Whistledown está tão encantada com você quanto todos nós."

Lina olhou para sua madrinha com curiosidade, enquanto a Rainha se aproximava, balançando levemente o jornal. "Veja por si mesma," disse Charlotte, entregando a coluna a Lina.

Com uma mistura de ansiedade e expectativa, Lina pegou o jornal e começou a ler a coluna de Lady Whistledown

Lady Whistledown, sempre atenta às movimentações da alta sociedade, não perdeu tempo em dedicar a sua nova coluna à jovem princesa. Sua pena afiada, porém justa, delineou com precisão o encanto e o mistério que Celestine trouxe consigo, garantindo que sua estreia em Londres não passasse despercebida.

Lina sentiu o rosto aquecer enquanto lia as palavras que descreviam sua chegada, o vestido verde-esmeralda que havia escolhido, e o impacto que causara no baile. Lady Whistledown era conhecida por seu olhar atento e, muitas vezes, crítico, mas a forma como descrevia Lina era quase poética, um misto de admiração e curiosidade.

"Há poucos momentos em que a chegada de uma nova dama na alta sociedade provoca tamanha agitação como a que testemunhamos ontem à noite no baile de Lady Dumbry. A Princesa Celestine Montague, afilhada da própria Rainha Charlotte, fez sua tão aguardada estreia, e que estreia foi essa!

Com seus cabelos ruivos como o fogo ao pôr do sol e olhos verdes como esmeraldas, a jovem princesa trouxe consigo um ar de mistério e elegância que capturou a atenção de todos os presentes. Seu vestido rosa-claro, adornado com o que só posso presumir serem as mais finas joias reais, complementou sua beleza de forma magistral.

Mas não foi apenas sua aparência que chamou a atenção. Durante a noite, testemunhei um breve, porém intenso, encontro de olhares entre a Princesa Montague e ninguém menos que Benedict Bridgerton, o segundo filho do Visconde Bridgerton. Embora os detalhes da interação permaneçam envoltos em mistério, não há dúvida de que há uma faísca ali que poderia, com o tempo, se transformar em algo muito mais significativo."

Há muito tempo, esta colunista não via a sociedade tão encantada por uma jovem dama. Sua Alteza, a Princesa Celestine Montague, não apenas capturou a atenção dos nobres, mas também despertou a imaginação de todos com sua presença graciosa e olhos que parecem conter segredos de um mundo além do nosso. Londres, prepare-se, pois a temporada acaba de ganhar uma nova estrela, e esta, meus caros, brilhará por muito tempo."

Ao terminar de ler, Lina ergueu os olhos para a Rainha Charlotte, um misto de surpresa e satisfação em sua expressão. "Ela realmente escreveu isso sobre mim?" perguntou, quase sem acreditar.

A Royal Brush with LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora