A noite estava quieta, mas uma inquietação sutil pairava no ar. No palácio Bridgerton, enquanto todos pareciam descansar em seus quartos após as celebrações do casamento de Francesca, duas almas permaneciam acordadas. Celestine, deitada em sua cama, não conseguia afastar o calor que sentia cada vez que pensava em Benedict. Seu coração batia acelerado, e seu corpo parecia incapaz de se acalmar.
Do outro lado da casa, Benedict estava na sala de pintura. A luz suave das velas iluminava o ambiente, projetando sombras em suas telas inacabadas. Ele não conseguia dormir, seus pensamentos fixos em Celestine. Havia algo nela, algo magnético, que o fazia querer capturá-la em uma tela para sempre. Suas curvas, sua delicadeza, a paixão que ela carregava em seus olhos. Tudo isso o fascinava de uma maneira que ele nunca tinha experimentado antes.
Benedict estava imerso em seus pensamentos, traçando suavemente com o carvão um esboço de Celestine em sua mente, quando ouviu um leve bater na porta. Ele se virou, surpreso, e lá estava ela, envolta em um robe de seda, o cabelo ruivo solto caindo em ondas sobre seus ombros.
"Eu... não conseguia dormir," disse Celestine suavemente, sua voz quase um sussurro.
Benedict a observou por um momento, encantado pela imagem diante de si. Ela estava deslumbrante, mesmo naquela simplicidade. "Nem eu," ele respondeu, um sorriso leve nos lábios.
Celestine entrou na sala, fechando a porta atrás de si. O silêncio entre eles era confortável, mas carregado de uma tensão que ambos sentiam intensamente. Ela se aproximou da tela onde Benedict estava trabalhando e viu que ele havia começado a esboçar seu rosto, seus traços delicados já tomando forma no papel.
"Você está me desenhando?" perguntou ela, com uma leve surpresa em sua voz, seus olhos verdes brilhando de curiosidade.
"Estou sempre desenhando você," ele respondeu, sua voz rouca. "Cada linha, cada sombra... Eu não consigo parar de pensar em você."
Celestine sentiu suas bochechas queimarem, e uma onda de desejo percorreu seu corpo. Lentamente, ela desfez o nó de seu robe, deixando o tecido deslizar suavemente por seus ombros, até cair no chão. Ela estava diante dele, nua, vulnerável, mas completamente confiante. Seus olhos se encontraram, a tensão entre eles aumentando.
"Então, me pinte," ela disse, sua voz firme, porém suave.
Benedict prendeu a respiração por um momento, incapaz de acreditar no que estava acontecendo. Ele sempre a via como uma obra de arte, mas agora ela estava lhe oferecendo algo mais profundo, algo que ele queria capturar em sua forma mais pura. Pegou um pedaço de carvão e começou a traçar as linhas do corpo dela, os contornos suaves e perfeitos, a curva de seus quadris, a delicadeza de suas clavículas.
Celestine sentou-se numa chaise ao lado, a luz das velas dançando em sua pele pálida, enquanto os olhos de Benedict a percorriam com uma intensidade quase insuportável. Ele desenhava com fervor, cada linha no papel uma expressão do desejo que crescia entre eles.
O tempo parecia parar enquanto ele trabalhava. A sala estava em um silêncio profundo, quebrado apenas pelo som do carvão riscando a tela. Cada movimento de Benedict era calculado, seus olhos absorvendo cada detalhe de Celestine. Ela, por sua vez, o observava, sentindo o poder que aquela intimidade entre eles criava.
Quando ele terminou, deixou o carvão de lado e se aproximou dela. Seus dedos tocaram a pele dela suavemente, como se ainda estivesse traçando as linhas de seu corpo, mas dessa vez com as mãos, não com o carvão. Celestine fechou os olhos, absorvendo o toque dele, seu corpo arrepiado pelo calor da proximidade de Benedict.
"Você é uma obra-prima," ele murmurou, seus lábios a milímetros dos dela.
Celestine abriu os olhos e sorriu suavemente. "Então, você pode me guardar para sempre?"
Benedict sorriu antes de finalmente aproximar seus lábios dos dela, em um beijo profundo e apaixonado, que selava algo muito mais do que apenas o desejo. Era a promessa de um futuro juntos, onde não haveria mais barreiras entre eles.
O beijo de Benedict e Celestine parecia consumir o ar ao redor deles, um misto de desejo reprimido e uma conexão que agora se tornava inegável. As mãos dele continuaram traçando os contornos do corpo dela, mas não eram apenas os dedos do artista que a tocavam. Havia algo mais, algo mais profundo. Era como se, naquele momento, ele não estivesse apenas esboçando sua imagem no papel, mas gravando sua essência em seu próprio ser.
Celestine suspirou contra os lábios de Benedict, sentindo sua respiração quente e seu toque cada vez mais ousado. Ela o puxou para mais perto, os dedos se entrelaçando nos cabelos dele, enquanto suas bocas exploravam uma à outra com um fervor que falava de meses de desejos contidos. O calor que emanava dos dois era intenso, quase palpável, enquanto o momento se intensificava.
Ela se afastou brevemente, os olhos verdes faiscando, enquanto o fitava com um sorriso suave, mas provocante. "Você disse que sou uma obra-prima, mas eu me pergunto... O que o artista faz quando sua criação ganha vida?"
Benedict riu suavemente, o som grave e baixo, carregado de um carinho que ele nem sabia que podia sentir por alguém. "Ele se rende a ela," respondeu, sua voz quase um sussurro enquanto seus dedos continuavam a explorar a pele delicada de Celestine. "Como eu me rendo a você."
Celestine inclinou a cabeça, os lábios trêmulos enquanto uma onda de emoções a atravessava. Ela estava ciente da intensidade do momento, mas também sabia que havia algo mais profundo, algo que os conectava muito além de um simples romance. Era como se suas almas já se conhecessem, já tivessem se encontrado em outra vida, e agora, finalmente, se reencontravam.
Benedict segurou o rosto dela entre suas mãos, seus polegares acariciando suavemente suas bochechas coradas. Ele estava sem palavras, mas sua expressão falava mais do que qualquer frase poderia expressar. Ele estava completamente perdido por ela. A mulher diante dele, a mulher que ele estava desenhando, amando e, acima de tudo, desejando proteger.
"Celestine..." Ele murmurou seu nome como se fosse uma oração, antes de mais uma vez capturar seus lábios em um beijo. O gosto dela era doce e viciante, e ele sabia, naquele momento, que não poderia viver sem ela.
A noite avançava e, no silêncio do estúdio, a paixão deles floresceu ainda mais, envolvida pelo mistério da arte e do amor.
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A Royal Brush with Love
FanfictionEm uma Londres vibrante, repleta de bailes e intrigas da alta sociedade, Celestine Montague, uma jovem princesa da Alemanha, chega para passar a temporada ao lado de sua madrinha, a Rainha Charlotte. Com seus cabelos ruivos e olhos verdes brilhantes...