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▪︎ Ana Rodrigues

Depois que nos recuperamos, saímos do CT com a maior cara de pau possível, ainda bem que nenhuma das salas tem câmeras, agora que adrenalina do momento passou, vejo o quanto foi arriscado o que nós fizemos.

Fomos para casa do Richard e acabei contando para ele sobre a situação com o meu pai, e ele me surpreendeu quando disse que queria conversar com ele e esclarecer as coisas. Ele não falou muito sobre a viagem ou como foi com a sua família, resumiu tudo em um "foi legal".

A gente aproveitou mais um pouco da noite pra matar a saudade... Já que amanhã eu ainda precisaria ir trabalhar, ele continuaria de folga e só se representava na segunda-feira.

Acordei nos braços do meu colombiano, que dormia feito uma pedra, tento me levantar da cama sem acordá-lo. Tomo um banho e saio procurando minhas roupas, não estou afim de chegar atrasada e ainda preciso passar em casa, antes de ir pro CT.

Já estava saindo do quarto quando vejo ele se remexer na cama.

— Eu não acredito que você ia embora sem falar comigo amor.

— Bom dia Ríos.

— Bom dia minha loira, você deveria voltar pra essa cama e ficar aqui comigo só mais 5 minutinhos.

— Eu preciso trabalhar querido, o único que está de folga aqui é você.

— Eu vou te levar, espera um pouquinho.

— Não precisa, aproveita seu dia de folga.

— Amor, isso não foi um pedido. - falou levantando da cama e indo em direção ao banheiro.

20 minutos depois, estávamos chegando no carro e tendo uma leve discussão porque eu não quis tomar café, ele ficou reclamando e eu só ignorei. O caminho até a minha casa foi tranquilo, e não foi diferente até chegarmos no CT.

Para a minha surpresa e do Richard também, o local estava cheio hoje, deveria estar acontecendo algum tipo de reunião ou algo assim. Me despedi do Richard indo em direção a sala da Beatriz e involuntariamente um sorriso se formou no meu rosto ao lembrar do que fizemos ontem.

Já estava no final do corredor quase chegando na sala quando dei de cara com o meu pai, e no mesmo instante eu lembrei das palavras dele de dois dias atrás  "trate de acabar com essa palhaçada logo, antes que eu precise tomar as medidas necessárias."

Não... ele não seria capaz de prejudicar o Richard por puro capricho, sinto o chão sumir sob meus pés. MERDA! O que é que está acontecendo ?

— Ana! Ouço a voz do meu pai me chamar, em seguida tudo fica escuro.

...

Acordo no hospital, cercada por luzes brilhantes e um bip que me deixa agoniada. Tenho a leve sensação de não estar sozinha, e assim que olho para o lado, vejo minha mãe e o Pedro ali, eles parecem além de preocupados, olhando para mim com expressões carregadas de aflição.

— Hey! Você acordou! — Meu melhor amigo parece feliz em me ver de olhos abertos.

— Ana, querida, como está se sentindo?

Minha mãe segura minha mão com
carinho e eu consigo sentir seu coração acelerado em seu pulso, enquanto ela olha para mim, preocupada.

— Mais ou menos, mãe. - Tento levantar lentamente, ainda me sentindo fraca e
confusa.

— O que aconteceu Ana ?

— Não sei o que aconteceu, comecei a sentir uma tontura e logo depois minha vista apagou também. - explico.

R.R.MOnde histórias criam vida. Descubra agora