▪︎ Ana Rodrigues
Ele disse, ele realmente disse que me amava, a princípio eu achei que fosse algo que ele está a dizendo no calor do momento, mas não, era realmente real.
Depois que ele foi embora eu fui para o CT trabalhar eu era a pessoa mais sorridente daquele lugar.E assim os dias foram passando, o acontecimento de ontem estava esclarecido, não só pra mim, mas para todos que estavam presentes ontem, e o Douglas mandou mensagem para o Pedro, que logo depois me ligou agradecendo pelo presente.
Richard brilhou nos dois jogos, e acabou ganhando mais um dia de folga pra ficar com a sua família, então ele chegava só na sexta-feira, hoje ainda era terça-feira e eu já estava morrendo de saudade, principalmente pelo fato de que não conversamos muito durante a semana, eu entendi, afinal de contas além dos jogos ele estava com a sua família. Fiquei no CT até tarde, e achei que chegando em casa não encontraria ninguém acordado, mas me enganei assim que entrei pela porta, encontro meus pais sentados no sofá como se tivessem me esperando.
- Boa noite mãe, pai...
- Boa noite querida, estava no CT ?
- Sim, aconteceu alguma coisa ?
- Aconteceu... Aconteceu que eu não te criei pra ser uma qualquer e virar passa tempo de jogador Ana Rodrigues. - Meu pai surta.
- Não estou entendendo o motivo do surto pai.
- Não está entendendo ? O que o Richard estava fazendo aqui na semana passada ? Há quanto tempo estão...
Meu pai me encara e seus olhos demonstram o quanto está desesperado com a possível ideia de me ver namorando com o Richard, ele engole em seco ficando momentaneamente travado.
- Namorando? Juntos? - minha mãe termina a frase, sua voz carregada de
divertimento, como se ela estivesse achando engraçado todo aquele dramalhão do meu pai.O que em parte é engraçado, porque ele sempre me viu como uma princesinha, só que não percebe que o tempo passou.
- Envolvidos... - Ele se recupera.
- Há dois meses... - respondo baixo, ele solta uma risada sem humor que faz meu coração apertar.
- Sua mãe sabia disso? - O olhar dele de esguelha para ela, fazendo-a perder a pose, como se ela sentisse o impacto do quanto isso o magoou, apenas acenei com a cabeça, mentir agora não nos levaria a nada.
- Pedro ? - questiona. Novamente ele solta um riso sem humor, meu silêncio é a resposta que precisava.
- A culpa foi minha, pai! - assumo. - Eu pedi para que eles escondessem de você, porque sabia que você surtaria da forma que está surtando agora.
- Ele está se aproveitando de você Ana.
- Isso é ridículo, o que ele ganharia se aproveitando de mim ? - digo com a voz firme e totalmente irritada.
- Você vai defendê-lo? Pelo amor de Deus! Te criamos melhor do que isso!
- Pai, o senhor está sendo ridículo e nem ao menos o conhece.
- Ridículo é você se sujeitar a isso Ana, não foi pra isso que eu te criei, trate de acabar com essa palhaçada logo, antes que eu precise tomar as medidas necessárias.
- Você sabe que eu não sou mais uma criança né? E posso tomar minhas próprias decisões, e principalmente posso decidir com quem eu vou ou não me relacionar.
- Eu sempre te falei tudo que o meu pai fez Ana, sempre conversamos abertamente sobre o meu passado, pra no final das contas você ignorar tudo e cometer o mesmo erro.
Apesar dos anos terem passado, as marcas do que o pai dele, que por uma infeliz coincidência também era jogador de futebol, fez com ele e a minha vó ainda estão tatuadas no meu pai. Ela o conheceu quando ainda era jovem, engravidou do meu pai e ele os abandonou sem assumir a paternidade, além de fazer um inferno na vida dela para que ele não abrissea boca sobre a gravidez e o envolvimento deles.
Por isso sempre tolerei seus excessos de proteção e cuidado porque entendia que alguém que passou pelo que meu pai passou, ficaria com alguma cicatriz e não conseguiria jamais ser o mesmo. Mas isso não dava a ele o direito de julgar o Richard sem ao menos o conhecer.
- Você só o conhece há dois meses, Ana! Dois malditos meses! - retruca possesso.
- Você e minha mãe também se conheceram em pouco tempo e ainda assim ela se envolveu e confiou em você, pai.
- É diferente, sabe disso.
- É sim! - O fito com um olhar cerrado e determinado. - Porque você além de ser um estranho que morava em outro estado, o senhor era dez anos mais velho que ela.
Ele me encara, parecendo sem ter como argumentar.
- Eu não sou mais uma garotinha e muito menos uma idiota, pai. O senhor já devia ter percebido isso, espero que respeite a minha decisão e me respeite também. Porque tudo que menos quero nessa vida é brigar com você. - aviso, tentando encerrar a discussão, meu pai me olha com pesar e solta uma lufada de ar resignado.
- Ele vai quebrar seu coração, filha. - afirma e meu coração gela com esta
possibilidade. - mas como disse, você já é bem grandinha para lidar com um coração partido.
Aceno com a cabeça e resolvo sair da sala e ir para o meu quarto. Argumentar com ele agora não dará em nada. Sigo em direção à escada e assim que piso no primeiro degrau ouço sua voz
novamente.
- O que aconteceu comigo e com a sua mãe foi sorte, Ana. Isso que está fazendo é um tiro no escuro.
Não respondo, apenas continuo subindo a escada até chegar ao meu quarto, batendo a porta assim que entro, solto o ar que havia prendido e nem tinha percebido.
Não era desse jeito que eu pretendia terminar minha noite, eu queria o apoio do meu pai, e não queria estar sendo boba em acreditar no que o Richard me disse, e nem iria deixar as palavras do meu pai me influenciarem. Faltava só mais 2 dias pra ele voltar, a gente ia fazer dar certo, ele prometeu.
Ríos 💕
Boa noite amor, espero que esteja aproveitando sua família, estou com saudades, e contando as horas para sexta-feira chegar. Te amo ❤️
....................
Sogrão pouco neurótico graças a Deus
Esse é o último de hoje kkkkk
Continuem votando e comentando.
Até o próximo 😘

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R.R.M
FanficRichard é avesso a relacionamentos, conhecido não só pela suas habilidades em campo mas pelo que faz fora dele também. Ana é uma jovem que nasceu para ser herdeira mas pretende conquistar isso por conta própria e sem influência dos seus pais. Nessa...