Bloodroses

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Jim sorriu. Eunwoo sempre conseguia animá-la, apesar de ela saber que Elijah e Klaus Mikaelson estavam determinados a transformar a vida dela em um inferno. Aliás, a vida de todos eles.
— Bem, pelo jeito ninguém vem consertar o telhado hoje.

Ela cruzou os braços e observou a lona azul que Eunwoo e Mile instalaram.

— Você acha que os Mikaelson pagaram para eles não virem?
— Droga, provavelmente, mas esta lona vai dar conta do recado. Pode esperar.
— Estou contando com isso. Precisamos dar início às reformas estruturais, e jamais conseguiremos se tivermos que ficar tirando água do sótão e consertando o teto do terceiro andar. O telhado já é nossa prioridade no momento. Não tem graça ir dormir toda noite pensando se vou tomar um banho involuntário.

Ela observou as bordas da lona presas sobre as telhas.

— Sabe, se vovó Adeline não tivesse resolvido que precisava ter telhas de ardósia, a prefeitura de New Orleans teria resolvido isso para nós.
— É.

Eunwoo concordou e deu de ombros.

— Mas ela gostava destas telhas.
— Eu sei. Obviamente ela não se dava conta de que os grupos que ofereceriam ajuda com os telhados depois do Katrina só ajudariam telhados frágeis. Por que alguém iria querer telhas frágeis quando poderia usar telhas de ardósia?
— Parece que você concorda com vovó Adeline. Apesar de ela estar nos forçando a consertar nosso telhado.
— É.

Jim deu outra olhada em direção às velhas telhas cinzentas cujas pontas saíam de baixo da lona azul.

— Elas bem que dão charme à casa, apesar de não terem passado no teste do furacão.
— O furacão foi de categoria quatro. Poucas coisas passaram no teste, e nós estamos dando um jeito. Precisa de mais alguma coisa? Hoje é meu dia de folga, então acho que não deveria ter desistido tão rápido de nosso telhado.
— Será que sou tão má assim? Não, não quero que você faça nada mais. Você e Mile trabalharam o dia inteiro para prender esta lona. Mile nem conseguiu descansar antes de ir para o hospital, portanto, não, não quero que vocês façam nada esta noite, só relaxar. E acho que você tem razão, a lona vai aguentar uma tempestade comum.
— Ótimo, porque eu realmente não estava ansioso para subir naquela escada no escuro.

Ele disse, mastigando um pedaço de cana. Mas o que ele disse fez Jim observar o céu, com nuvens cinzentas e barulhentas ficando mais escuras e ameaçadoras a cada minuto.

Onde estava Kath?

— Além disso, eu provavelmente receberei algum recado direto de vovó Adeline esta noite ou amanhã, a julgar pelas crianças que ouvi hoje.
— Você ouviu crianças hoje?

Jim perguntou, interessada na próxima tarefa de Eunwoo.

Fazia duas semanas que ela não ajudava ninguém a fazer a passagem e, provavelmente, alguém ia lhe solicitar, mas não ouvira nenhuma trovoada ultimamente, a não ser as de verdade.

— Estou ouvindo garotas. Elas estão rindo e conversando, mas não consigo entender o que elas dizem. Tenho certeza de que entenderei depois que receber minha carta. Dei uma olhada na sala de estar, só para garantir, mas não havia
carta alguma.
— Bem, agora tem e é para Kath.

Uma gota de chuva caiu na cabeça dela, que recuou para se abrigar na varanda.

— Aposto que sua pele queimou o dia inteiro, mas quem disse que ela deu as caras?

Eunwoo se limitou a balançar a cabeça.

— Ela nunca gostou do que fazemos, Jim. E não teve escolha quanto a isso. Nenhum de nós teve. Simplesmente nascemos já dentro disso. Não me importo, nem você, mas ajudar os espíritos não é para ela. Eu diria que ela, na verdade, odeia isso. Se eu fosse você, daria um desconto para minha irmã. Ela me disse que faz seis meses que não sai com homem algum, pois vovó não deixa, e isso é tempo demais para Kath.
— Faz dois anos que não saio com homem algum e estou bem.
— Eu diria que isso depende do ponto de vista. Você parece bem estressada.
— Eu concordo.

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