As costas de Jim doíam a cada movimento, estava com um espasmo muscular no pescoço que não achava ser resultado de dormir de mau jeito, e a dor irradiava por músculos que ela nem sabia que tinha. Fora dormir tarde, o que não era bom, pois a família combinara de passar a maior parte do domingo trabalhando no telhado, mas ela simplesmente não conseguira sair da cama quando o despertador tocou às seis. Deus do céu, quase ficaria grata quando tivesse de voltar a dar aulas dentro de duas semanas.
Ela finalmente desceu as escadas e ficou impressionada ao sentir que os músculos que mais doíam eram os das nádegas. Que ótimo. Seguindo em direção à cozinha, torceu para não ter acabado com o analgésico no dia anterior e reclamou consigo por não ter programado a cafeteira.
Só Deus sabia como ela precisava de uma xícara, ou de 12 xícaras de café, imediatamente. Ao abrir a porta de vaivém de madeira e entrar na cozinha, sentiu o cheiro paradisíaco de chicória e cafeína. Então avistou a fonte de salvação e conseguiu sorrir.
— Kath. Obrigada por fazer café.
A prima estava tão concentrada no caderno em frente a si que nem ouviu Jim entrar. Então levantou a cabeça, viu Kath e se assustou.
— Jim, você está com uma cara horrível!
— Bom dia para você também.Dentro de 15 segundos ela estava sentada ao lado de Kath, à mesa, com uma xícara de café em uma das mãos e um frasco de analgésico na outra. Engoliu dois comprimidos com um gole de café quente. Fez uma careta ao sentir o líquido bater no estômago, respirou um pouco e tomou outro gole do qual tanto precisava.
— Temos mais um fim de semana para consertar o telhado. Volto à escola dentro de duas semanas. Eunwoo foi para a praia. Mile e Kirk têm de trabalhar nos próximos seis dias sem parar e você ainda se espanta que eu esteja com esta cara? Trabalhei demais ontem, e não terminei o que era preciso.
Kath soltou um suspiro alto.
— Amanhã estou de folga, de modo que posso ajudar o dia inteiro. Quero ajudar hoje também, mas não encontrei ninguém.
— E por que seremos só nós duas. O abrigo de moradores de rua ligou para Nitta ontem à noite pedindo que ela fosse ajudar, pois estão com pouco pessoal outra vez. Ela se ofereceu para ficar, mas, na verdade, se não conseguirmos mais telhas, não teremos muito o que fazer, e Nitta é sensível demais para subir no telhado sem passar mal.
— Bem, estou aqui o dia inteiro. O que quer que eu faça?
— Assim que eu tiver bebido bastante café, ou seja, umas duas xícaras, podemos contar as telhas que temos e avaliar de quantas precisamos para completar o serviço.
— Achei que tivéssemos feito isso ontem.
— Não, não fizemos tudo.
— Bem, e depois? Teremos de comprar mais? Elas são muito caras.
— Mile disse que estava tentando dar um jeito, pediu para esperarmos até sábado, então vou deixar que ele se preocupe com isto por enquanto.Jim tomou mais um gole de café e se lembrou da noite anterior.
Tivera um sono pesado na maior parte da noite, mas houve um momento em que pôde jurar ter ouvido algo.
— Sabe ontem ouvi uma coisa no meio da noite, pensei atém que fosse sonho.
— Ouviu o quê?
— Ouvi uma mulher.
— Uma mulher?Kath perguntou, parecendo se sentir culpada.
— O que ela estava fazendo, quero dizer, falando?
— Ela não disse nada. Mas acho que estava fazendo alguma coisa. Ela estava gritando, ou melhor, grunhindo, parecia estar tendo um orgasmo colossal.Kath se concentrou nos corações e flores que desenhava pelas margens da página, mas Jim pressionou.
— Diga que foi imaginação minha, Kath. Diga que sua fantasma não estava tendo um orgasmo com você em seu quarto. E, em nome de Deus, me diga que isto não é possível. Não devia ser, se você estiver respeitando as regras, pois você não pode tocar um espírito. Você sabe disso.
— Nós não nos tocamos.
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Paradise
FanfictionKath Raywatt tem um segredo: ela é uma médium dedicada a ajudar os espíritos a passar para o outro lado. Infelizmente, Kath tem estado tão ocupada com o mundo etéreo que se descuidou de sua vida terrena. Ao encontrar a falecida, porém sexy, Lin Sas...