Paradise

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Se Lin soubesse o que lhe esperava, não teria resistido tanto ao encontro com a médium da família Raywatt.

Ela certamente não tinha intenção de fazer a transição, mas passar alguns dias ao lado de Kath Raywatt não seria sacrifício algum. Melhor ainda, a outra queria a mesma coisa que ela.

Adeline Raywatt lhe dissera que ela teria uma ligação com a médium assim que ela aceitasse o chamado de Lin.

Mas não esperava que se formasse um vínculo tão forte, tão intenso, tão sexual. Lin sentira Kath no minuto em que ela abriu o envelope, sentiu a irritação dela por ter de interromper a noite, bem como a relutância em ajudar os espíritos. Mas também detectara uma ponta de excitação, um certo orgulho interior pela responsabilidade da família. Era verdade que Kath não gostava de ter de atender aos chamados dos espíritos, mas gostava de ter o poder de ajudar nas passagens.

Ela podia não admitir ao resto do mundo, mas não tinha como negar para Kath. Era uma emoção poderosa. Tão poderosa, na verdade, que quase pareceu vir de Lin mesmo. Quase.

Ia levar tempo para se acostumar a este "laço" que as unia.

Principalmente porque as emoções de Kath eram tão excepcionalmente poderosas, potentes e hipnóticas.

E ao entrar na sala, Lin reconheceu também a forte sensação que emanava, vigorosa, daquela mulher tão sexy.
Desejo. Por ela. Infelizmente, Adeline Raywatt também lhe passara as regras para médiuns.

Kath franziu as sobrancelhas loiras e abriu e fechou a linda boquinha pela segunda vez ao tentar decidir como responder ao que acabara de dizer, sobre não fazer a passagem.

Isso devia ser bom. Obviamente Kath jamais conhecera um fantasma que gostasse daquele estado intermediário.

Lin gostava da vida do jeito que estava, e se ela achava que ia mudar aquilo, estava muito enganada. Lin tentara explicar tudo a Adeline, mas a doce velhinha não aceitava "não" como resposta, e pelo jeito acreditava que tinha a "neta perfeita" para ajudá-la. Bem, sem dúvidas de que Kath era fisicamente perfeita, mas se achava que ela ia mudar de ideia quanto a seguir em direção à luz, ia se decepcionar.

Lin podia ter parado de respirar mais de um ano atrás, mas não parará de viver, e não pretendia parar agora.

Lin andava se divertindo muito.

— Você não quer fazer a passagem?

Kath perguntou, enfim, arregalando os olhos
de tom castanho.

— Não, senhora.

Ela disse, carregando no sotaque.

Um som de surpresa escapou dos lábios dela e Lin sorriu. Kath Raywatt não era imune ao charme estrangeiro.

Bom saber. A outra respirou de maneira profunda, parecendo processar os fatos, e o vestido já apertado se esticou ainda mais sobre os belos seios. Pelo jeito, ou ela estava com muito frio, ou muito excitada, talvez ambos. Então estremeceu, e a natureza protetora de Lin falou mais alto.

Você pode tirar a pessoa do sul, mas não pode tirar os modos estrangeiros da pessoa, como já dizia a tia Pad.

— Está na cara que você pegou chuva.

Lin disse, pegando um xale cor de rosa e sálvia caprichosamente dobrado em uma cadeira próxima.

— Como foi se ensopar desse jeito? E por que não tirou as roupas molhadas?

Lin se aproximou e lhe cobriu o corpo inteiro, ocultando aqueles mamilos tentadores, a barriga reta e toda aquela pele sedosa e leitosa.

Lin sentiu a virilha latejar. Ela realmente era excepcional.

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