My Name

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Lin sabia que ela faria aquela pergunta e estava preparada para responder. Só não sabia se Kath Raywatt acreditaria na verdade.

— Tenho realizado fantasias.
— Realizado suas fantasias? Na fronteira? Como?
— Você já sonhou, Kath? Sonhos tão vividos, tão claros, que você acorda sem saber se foi imaginação ou realidade?
— Claro. Quase todo mundo tem desses sonhos. O que isso tem a ver com suas fantasias?
— Não são minha fantasias, necessariamente. Às vezes, quando as mulheres têm estes sonhos eróticos com alguém misterioso que realiza todas as suas fantasias, daqueles sonhos dos quais despertam quentes e totalmente saciadas...

Lin disse, observando a pulsação se alterar novamente no pescoço dela.

— Quando as mulheres têm esses sonhos...
— Não é imaginação.

Ela ficou em silêncio enquanto a chuva batia em cadência nas janelas alongadas. Ela a encarou com aqueles olhos de castanho.

— Você pode fazer isso?

Perguntou enfim, e as palavras saíram cruas, rascantes, como se estivessem sendo articuladas com dificuldade.

—Você pode invadir os sonhos de uma mulher?

Ela perguntou outra vez, soando mais intrigada do que escandalizada. Inferno.

— Não.

Respondeu, tentando se aproximar, mas para a própria consternação, Kath encolheu, se afastando.

— Não posso invadir os sonhos de uma mulher. Só posso estar com uma mulher que me aceita e me quer, que basicamente me chama para
satisfazer suas fantasias.
— Onde vovó estava com a cabeça?

Ela murmurou, puxando o cobertor até o pescoço e assim expondo as panturrilhas.

Lin teve vontade de passar o dedo naquelas panturrilhas, de beijá-las, de lambê-las. Kath abriu os olhos abruptamente e puxou o xale para cobrir as pernas. Será que ela havia sentido os pensamentos alheios?

— As mulheres lhe chamam? Como?

Tudo bem. Ao menos o tom dela passou da repulsa à curiosidade.

Já era uma melhora.

E por que ela tinha repulsa do talento de Lin com as mulheres? Lin só lhes dava o que elas queriam. De mais a mais, não precisava da aprovação de Kath Raywatt, mas por alguma razão bizarra, tinha de reconhecer que queria sim a aprovação dela. E queria acariciar aquelas panturrilhas.

As regras diziam que ela não podia tocá-la, mas não diziam nada quanto a Lin tocá-la. Lin se deu conta disso com extrema satisfação e um forte desejo de tocá-la. Inteira. Ela se agarrou ao xale como se fosse a própria vida e a outra se esforçou para não rir. Era evidente que Kath sentia o desejo dela, mas não precisava se preocupar, Lin jamais forçaria a barra com uma mulher.

Não, esperaria... até ela pedir.

— Como elas te chamam? O que você quer dizer exatamente? Elas sabem seu nome? Elas sabem que você é a pessoa dos sonhos delas?
— Não.

Lin disse, sentindo um enorme prazer naquela conversa.

Nunca ninguém conversara com ela sobre a "vida no pós-morte".

E saber e sentir que a outra agora estava realmente intrigada tornou a explicação ainda mais divertida.

— Elas simplesmente vão dormir desejando que alguém moreno desconhecido resolva as... as coisas. Se elas realmente me querem lá, posso ajudar a tornar suas fantasias tão reais quanto possível.
— Você faz sexo de verdade com elas?
— Se você fala de relação sexual, a resposta é não.

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