It Is What It Is

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O estonteante amanhecer despertou cedo, apesar de ter estado em atividade na madrugada com a fantasma persuasiva. Espreguiçou-se na cama, olhou para o relógio e ficou perplexa ao ver que mal passava das sete.

Podia jurar que dormira por horas a fio.

Ela estava tão relaxada, tão deliciosamente saciada, que dormira como um bebê. Infelizmente, uma genuína sensação de vazio começou a deixá-la melancólica.

Vazio por sentir que não fizera nada pelo desejo de Lin e por saber que a queria com tanto desespero.

A noite anterior não podia ter acontecido. Agora ela sabia disso, até na hora soube. Como pôde deixar as coisas irem tão longe? Mais do que isso, como ela poderia impedi-la de avançar quando se vissem de novo?

E ela iria encontrá-la outra vez.

Tinha de encontrá-la, pois precisava ajudá-la a fazer a passagem. Kath nunca mais teria paz na consciência caso Lin Sasinpimon ficasse presa no limbo por incompetência dela.

Como a maioria dos espíritos, Lin tinha medo do desconhecido.

E ela sentira tal medo na noite anterior, quando mencionou a transição.

Ela  encarava a passagem como uma forma de desistência, de fracasso, e Lin não era o tipo de pessoa que desistia. Também sentira isso, provavelmente mais do que qualquer coisa já sentida através da ligação entre ambas.

E tal fato, para ela, queria dizer duas coisas: uma era que ela precisava convencer aquela espírito persuasiva de que o outro lado era melhor do que a situação atual

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E tal fato, para ela, queria dizer duas coisas: uma era que ela precisava convencer aquela espírito persuasiva de que o outro lado era melhor do que a situação atual. E a outra era que, se Lin Sasinpimon estivesse determinada a tocá-la, ela resistiria até o fim.

Mon dieu, vovó, por que a senhora a mandou para mim? A senhora devia imaginar que eu ia querê-la.

E não posso querer. Não podemos.

Nua e infeliz, saiu da cama, pegou a camisola e a calcinha que estavam jogadas em um canto e foi ao banheiro para entrar debaixo do chuveiro.

Assim que saiu do banho quente, ouviu alguém batendo a porta de um carro. Enrolou uma toalha no corpo e foi até a janela. Mile estava ao lado da picape e olhou para os dois lados, girando a cabeça, então esticou os braços e deu um largo bocejo. Sem dúvida o irmão mais velho tinha passado a maior parte da noite acordado na emergência do Hospital Ochsner, e provavelmente passara as primeiras horas da manhã na cama de algum cara. A falta de sono, pelo jeito, não afetava em nada o apetite sexual dele, mas mesmo assim, nunca parecia satisfeito. Como se sentisse a presença dela, Mile olhou para a janela de onde ela o observava.

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