Cold Blooded

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Confiar em Lin. Ela mal a conhecia e tudo o que a fantasma tinha de fazer era tocá-la para jogar toda a herança da família pela janela. Ninguém lhe dissera que isto aconteceria com certeza, mas ela não queria correr o risco, nem mesmo em troca de uma boa brincadeira perniciosa com a criatura mais gostosa do planeta, ou melhor, fantasma. Mas ela queria confiar em Lin, queria mesmo. Queria confiar e deixar que fizesse o que quisesse.

O quanto quisesse.

Ela só não fazia ideia de como isto poderia acontecer sem que a tocasse.

— Você não vai precisar deste lençol.

Lin puxou o tecido devagar, mas ela ainda estava coberta pela luz.

— Eu quero ver você.
— Você vai ver. Mas não agora. Agora é você.

Tomando cuidado para não lhe tocar a pele, Lin procurou algo com os olhos pelo colchão.

— O que você está procurando?
— Aqui está. Acho que você tem um nome para isto, não é? Meu bem. Não era este o nome?

Lin pegou o vibrador prateado do chão e o levantou para alcançar um raio de luar. Kath arregalou os olhos.

Apoiou-se nos cotovelos e olhou para a bela espectro.

— O que está pensando?
— Recoste-se, Kath, e feche os olhos. Prometo que eu não vou lhe tocar.

Certo. Ia ser esquisito, ela tinha consciência, mas tinha a sensação de que sabia exatamente o que se passava na mente de Lin, o que não lhe era típico. De qualquer forma, só saberia se ela lhe dissesse.

Infelizmente, não tinha planos de lhe contar no meio do sexo, ou seja, ela teria de contar agora, já que estava achando que não ia demorar muito para estarem nos braços uma da outra.

— Lin?— Por que você não se recosta?

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— Lin?
— Por que você não se recosta?

Perguntou, deixando-a de mamilos eriçados com aquela fala lenta.

— Kath, posso senti-la... dizendo não.
— É só que...
— O quê?

Perguntou, enrijecendo a mandíbula devido ao desejo que precisava conter.

— Eu costumo usar este aparelho, e ainda funciona, mas eu não...
— Não o quê?
— Eu não o coloco lá dentro. Sei que é estranho, mas acho que um objeto inanimado não pode entrar em mim, se tornar parte de mim. Quero que seja alguém. Por isso não quero que o use em mim.

Ela desviou o olhar, mas depois a encarou para ver como reagia às palavras. Lin não sorriu.

Apenas a encarou. Não emitiu uma palavra, não fez nenhum gesto, apenas ficou olhando para ela.

—Ainda quer tentar sem tocar?

Perguntou, sentindo-se tão destruída que teve vontade de chorar.

Dava para fazer, ela sabia.

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