In My Veins

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Ela se revirou na cama para pegar a camisola que estava no chão e a vestiu rapidamente. A roupa não a cobria por completo, é claro, então ela puxou a coberta sobre o corpo. Então outro bocejo escapou dos lindos lábios.

— Trabalhei na casa hoje de manhã, e à noite também, e no meio tempo fiz três permanentes e uma tintura, de modo que não vou conseguir manter os olhos abertos por muito tempo. E quero que você conheça Chungha. A partir de amanhã, só terei mais sete dias para ajudá-la a fazer a passagem.

Lin estava arrasada. Ela tivera o melhor sexo e de repente estava ouvindo aquele discurso sobre o quanto Kath gostaria que ficasse com outra mulher para que pudesse então fazer a transição e deixá-la para sempre. Quando estava no mundo dos vivos, seria um sonho realizado. Sexo com uma mulher que não queria compromisso. Mas agora, entretanto, estava irritada. Abriu a boca para dizer isto a ela, mas antes que pudesse falar qualquer coisa, ela passou a prestar atenção no rosto contraído...

E no membro.

E não tirou mais os olhos de lá.

— Lin? Você não ejaculou?

Kath, pelo jeito, não era de se aconchegar depois do sexo, nem de conversar sobre o que acontecera, o que seria ótimo quando ainda respirava, mas agora estava irritada. Lin queria que aquele momento significasse mais para ela.

No fundo, achava que se fizessem um sexo maravilhoso ela acabaria esquecendo aquela tentativa ridícula de fazê-la ficar com outra mulher para enfim aprender a amar e fazer a passagem. Será que ela ficou pensando nisso enquanto lhe proporcionava aquele orgasmo? Não. Não ficou.

Pois sentiu a paixão naquelas sensações de beijos. O problema é que não estava mais sentindo.

Agora estava sentindo que Kath queria falar sobre outra mulher...

E sobre a sua incapacidade de ejacular.

— Surpresa.

Lin disse, ficando de pé e vestindo as roupas do modo normal, para que ela tivesse de assistir.

— Também não sangro.
— Mas você teve um orgasmo.

Sentiu vontade de rosnar, mas se controlou.

— Tive.

Abotoou a calça jeans.

— Procriação não é exatamente uma necessidade nos domínios do meio-termo. Mas pode acreditar no que digo, a sensação é igualzinha.

Lin se sentou na poltrona, esticou as pernas em frente a si e tentou parecer à vontade. De jeito nenhum que a deixaria perceber que conseguira fazer o que mulher alguma jamais conseguira. Fazer Lin Sasinpimon ficar com vontade de estrangulá-la.

Ela queria mais, podia sentir.

Mas não queria tanto a ponto de deixar acontecer. Em outras palavras, ela realmente estava determinada a consertá-la. Muito bem.

Ia conhecer a tal Chungha, mas mesmo assim continuava sem a menor intenção de caminhar em direção àquela luz. Lin simplesmente ainda não havia "vivido" o suficiente.

Queria mais.

Lin ignorava o fato de que querer sempre mais foi o que acabou lhe matando. Kath balançou a cabeça como se estivesse acompanhando aquela série de pensamentos. Talvez até estivesse mesmo, pois ela não fizera mais nenhuma pergunta sobre a incapacidade de ejacular, passando direto ao próximo assunto da agenda.

— Eu não a conheço, mas Chungha é bonita, de acordo com Eunwoo. E tem bom coração. Ela ficou no meio-termo para ajudar uma garotinha a fazer a passagem. Meu irmão está cuidando do caso da menina.

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