Capítulo 23 - MINHA DOCE DIABA

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BÔNUS!!

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BÔNUS!!

CAPÍTULO 23

Amy Kent

No dia seguinte, acordei com a luz do sol invadindo o quarto da cobertura. Ontem foi uma noite... diferente. No começo, confesso, me senti estranha. A princípio fiquei resistente e receosa, a ideia de passar a noite aqui, na casa dele, me deixava um pouco insegura. Mas a forma como Tyler me olhou, a sinceridade e seriedade nos seus olhos, e a sua confissão, me desarmaram. Acabei sedento, e naquele momento, todas as minhas defesas ruíram. Me entreguei a ele, sem ressalva, como se estivesse me afogando em um mar de emoções. Senti que, pela primeira vez desde que perdi minha filha, estava realmente vivendo, derrubando algumas barreiras que havia levantado com o tempo.

A intimidade durante o banho a dois era um prelúdio perfeito para o dia, um ritual sagrado para nós. Em seguida, instalávamo-nos na ilha da cozinha, um refúgio aconchegante onde o café fumegante e as torradas quentinhas marcavam o início de mais um dia, repleto de conversas sobre o dia e desafios que nos aguardavam.

— Dormiu bem? — perguntou, me olhando com ternura.

Bebeu um gole de seu café esfumaçando.

— Melhor do que imaginei. — Fiz uma pausa, pensativa. — Ontem foi... especial. Diferente.

— Para mim também, Amy. Diferente como? — Ele perguntou, envolvendo uma mão sobre a minha apertando com mais força.

— Como se... como se eu tivesse me permitido viver de novo — respondi honestamente, dando uma mordida na torrada. — Às vezes, tenho medo de me abrir tanto, sabe? Mas com você, me sinto segura. Sei que é clichê, mas é como se um peso tivesse sido tirado das minhas costas.

— Amy, eu prometo que vou estar aqui para você, sempre — sussurrou, passando a mão pelos meus cabelos.

— Obrigada, Tyler. Obrigada por me fazer sentir viva de novo — me aproximei e beijou seus lábios.

Antes de sairmos para o trabalho, Tyler passou no meu apartamento para que eu trocasse de roupa. De mãos dadas, caminhamos para a entrada do hospital, Tyler me deixou na emergência com um beijo intenso e seguiu seu caminho, enquanto eu me preparava para mais um plantão de 12 horas. A cena era caótica, como sempre: pacientes na sala de espera, gemidos ecoando nos corredores, e a adrenalina pulsando nas veias. A realidade me atingiu como um soco no estômago.

A emergência era uma caixinha de surpresas, um lugar onde a morte fosse um convidado frequente, intruso indesejado que rondava a cada respiração, se tornando uma triste realidade no meu dia a dia.

Na faculdade, meus professores costumavam dizer que, com o tempo, nos acostumaríamos com a realidade da morte. Mas, para mim, isso era impossível. Cada perda me atingia como um golpe pessoal, como se cada paciente fosse um ente querido. Recuso-me a aceitar a banalização da vida, a me tornar insensível à dor do próximo.

MINHA DOCE DIABA - Tyler ClarkOnde histórias criam vida. Descubra agora