24 - Fardo

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— Oh, que diabos! Desde que ela se mudou para cá, nunca houve um dia tranquilo nesta casa.

Jaew, a governanta idosa, invadiu o estábulo dos cavalos e se sentou, claramente chateada. Normalmente, ela não era loquaz, preferindo manter seus sentimentos para si mesma para evitar ser julgada. Mas desde que a filha do chefe se mudou há três meses, tia Jaew estava nervosa.

Intuorn

Eu estava escondida em um canto, tentando escapar do caos e do barulho constante dos pensamentos de outras pessoas. Ao ver tia Jaew, levantei-me para fazer minha presença ser notada, esperando impedi-la de xingar mais. Assim que percebeu que alguém estava lá, ela rapidamente se endireitou e limpou a garganta

— Há quanto tempo você está aqui, Lay?

— Eu estava apenas tirando um cochilo por aqui. Acordei porque ouvi alguém reclamando. Foi você, tia?

— Eu não ouvi nada.

— Talvez eu tenha ouvido coisas. O que a traz aqui, tia?

— Ah... só vendo os cavalos — Disse a senhora idosa, olhando ao redor nervosamente antes de se desculpar rapidamente. — Acabei de lembrar que preciso dizer à equipe da cozinha para fazer camarões cozidos no vapor com aletria para In.

— Tudo bem.

Ela não estava mentindo; Intuorn realmente havia ordenado à governanta idosa que fizesse camarões cozidos no vapor com aletria em trinta minutos. O problema era que estávamos no meio do nada. Jaew estava frustrada porque não tinha ideia de onde encontrar camarões. Mesmo se tivesse, ela teria que dirigir até a cidade para comprá-los, o que era impossível de fazer em trinta minutos. Só a viagem levaria uma hora.

Três meses se passaram, e as pessoas aqui ainda não estavam acostumadas com a garota da cidade, a preciosa filha do chefe.  Eles só conseguiam resmungar em suas mentes, o que era irritante porque eu conseguia ouvir cada palavra. Mas eu tive que ignorar, já que não era meu negócios. Honestamente, eu não me importava muito com In porque eu não tinha nada a ver com ela.

Entre todos, In era a que tinha mais medo de mexer comigo... porque ela se sentia culpada.

Culpada por ser a pessoa que me atropelou com seu carro, causando meu estado atual.


Três meses atrás, acordei em um hospital cercada por pessoas perguntando quem eu era, de onde eu vinha e do que eu me lembrava.

A verdade era... eu não me lembrava de nada.

Quando todos perceberam que eu não tinha memória, eles pareceram aliviados e começaram a discutir o que fazer comigo.

— Anuncie para encontrar os parentes dela.

— Não! Não podemos deixar ninguém saber que In estava dirigindo bêbada e quase matou alguém. É o futuro dela que está em jogo — O Sr. Anek, pai de Intuorn, insistiu firmemente.

Por um momento, vi em seus pensamentos que ele queria se livrar de mim. Mas ele era um homem de negócios, não um assassino. Ele só queria proteger sua filha. Depois de muito debate, eles decidiu não anunciar, mas também não podia simplesmente me deixar. Se eu lembrasse, as coisas sairiam do controle.

— Leve-a conosco.

— Leve-a conosco? Onde a manteremos? É muito perigoso.

— Mande-a para a fazenda em Korat. É longe das pessoas. Deixe In ficar lá até termos certeza de que está tudo bem, então traga-a de volta.

Foi uma solução rápida e decisiva. Você pode se perguntar por que nenhuma polícia ou equipe do hospital me ajudou. Isso ocorreu em parte porque o hospital era de propriedade da família de Intuorn, e eles tinham parentes policiais de alto escalão.

Ritmo Vol. 2 - Você é o Ritmo do meu coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora