25 - Intuorn

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Agora, nós duas estávamos ali, olhando para o céu noturno cheio de estrelas. Desde que caímos, senti como se todas as minhas forças tivessem se esvaído de repente. Eu sabia que não importava o quanto eu tentasse, não conseguiria subir de volta. Então, tudo o que eu podia fazer era ficar ali e esperar por ajuda.

Alguém acabaria vindo para ajudar. Os dois cavalos amarrados acima eram visíveis demais para serem ignorados. Mas eu não ia contar para a garota mimada deitada ao meu lado. Ela precisava aprender um pouco sobre dificuldades e medo. Ela estava acostumada demais a fazer as coisas do seu jeito.

— Você vai ficar aí deitada? Faça alguma coisa! Use seu telefone! — Intuorn me sacudiu com tanta força que minha cabeça balançou. Você tem um telefone. Ligue para alguém!

— Não posso fazer nada.

— O que você quer dizer?

— Eu não tenho telefone. Além disso, por que você não usa seu próprio telefone, In?

— Eu tentei, mas não tem sinal! Se eu pudesse chegar lá, eu trocaria de operadora. Meu pai disse para usar este porque é a empresa do amigo dele. Inútil! Quando eu mais preciso, não funciona.

— Você não pode culpar ninguém. Estamos em uma montanha.

— Mas eles anunciam que o sinal deles cobre o mundo inteiro, e eu estou em uma maldita montanha em Korat! — Intuorn gritou como se isso fizesse o sinal aparecer. — O que podemos fazer?

— Fique parada. Não podemos fazer nada.

— Você está aqui para me ajudar ou me desencorajar? Faça alguma coisa!

— A corda amarrada na árvore se soltou. Subir seria apenas um desperdício de energia. Se ficarmos com sede, será ainda pior.  É por isso que eu disse que não podemos fazer nada além de esperar por ajuda.

— Mas se não fizermos nada, não chegaremos lá.

— É assim que é.

— Se não conseguirmos levantar, morreremos.

— Temos que aceitar isso. — Eu me virei para olhar para ela com uma cara triste. — Mas está tudo bem. Se ficarmos com muita fome, podemos comer uns aos outros. Vamos ver quem come quem primeiro.

— Isso é loucura! Eu não quero morrer. Minha vida é preciosa.

— Por que você não pensou nisso antes de sair correndo no meio da noite? Tudo bem se você causar problemas para os outros, mas quando sua própria vida está em risco, você de repente percebe seu valor?

— Eu sempre soube que minha vida é preciosa. Quem se casar comigo herdará todos os negócios do meu pai. É tudo dinheiro.

Essa garota só pensa em dinheiro, hein?

— E se você morrer, quem vai herdar?

— Provavelmente meu primo... a família de Mavin. — O rosto de Intuorn ficou horrorizado. — De jeito nenhum! Só um primo pegando minha riqueza? Não! Eu tenho que sobreviver! Chanel, espere por mim!

A garota mimada se levantou e tentou escalar, mesmo com o tornozelo doendo. Sentei-me, observando suas tentativas tolas, e não pude deixar de rir. A vontade de sobreviver era forte.  Ela não se importava em morrer, mas não podia deixar outra pessoa tomar sua herança

Thud!

Ela caiu depois de tentar agarrar um pequeno galho. Eu ri, e ela se virou para me encarar.

Ritmo Vol. 2 - Você é o Ritmo do meu coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora