42 - Eu te amo

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Eu estava vendo a professora Renu com mais frequência ultimamente. Eu tinha aulas cerca de três dias por semana, então eu passava esses dias com ela e fazendo várias atividades. Às vezes, saíamos para comer em um shopping longe o suficiente para que ninguém que conhecíamos nos visse. Nós folheávamos livros, jogávamos cartas e conversávamos sobre coisas aleatórias. Mas o que eu mais amava era quando estávamos sozinhas no quarto dela.

— Por que Doraemon é azul?

— Acho que já li em algum lugar que ele chorou porque um rato mordeu sua orelha, e suas lágrimas deixaram seu corpo amarelo azul.

— Onde você leu isso?

— Do gibi da In.

“...”

Toda vez que eu mencionava outra mulher, a professora Renu mudava a vibração ao nosso redor para algo assustador, como se estivéssemos em uma casa mal-assombrada. Pelo que observei, ela era uma pessoa racional. Quando ficava brava, agia como uma adulta, sem gritar. Mas ela estava loucamente com ciumes. Era como se ela quisesse ser a única pessoa mais importante para mim.

Talvez eu fale muito sobre Intuorm...

— Você quer comer o macarrão? O cheiro está provocando meu nariz há um tempo.

— Claro.

Sentindo seu mau humor, levantei-me e fui até a cozinha, desempacotei o macarrão e coloquei-o em tigelas.

— Onde você guarda os hashis? — Perguntei enquanto vasculhava as gavetas. Quando abri o armário embutido acima, vi várias garrafas de álcool, muitas delas meio vazias.

— No armário inferior.

Professora Renu, sabendo que eu tinha visto as garrafas, estendeu a mão para fechar o armário superior e puxou a gaveta inferior, entregando-me os hashis sem dizer uma palavra. Nós duas ficamos em silêncio.  Minha mente estava mais ocupada com o que eu tinha acabado de descobrir.

— Você bebi, Professora?

— Às vezes.

— Mas pelo que vi, é mais do que apenas às vezes.

— Só quando estou estressada com o trabalho. Não se preocupe com isso.

— Você ainda está bebendo ultimamente?

— Não mais. — A professora de rosto doce prendeu o cabelo no alto. — Estou com fome. Vamos comer.

Nós nos sentamos à mesa, só nós duas, e começamos a comer. Eu ainda estava curiosa sobre as garrafas de bebida, mas não disse nada. Quando eu estava prestes a dar uma mordida, vi seus hashis arrancarem uma almôndega da minha tigela.

Hein?

Olhei para ela, que estava comendo a almôndega da minha tigela, embora tivesse bastante na dela. Quando tentei comer uma também, ela pegou de novo.

— Professora. — O rosto doce sorriu enquanto mastigava.

— Hmm?

— Se você gosta tanto de almôndegas, pode ficar com minha tigela inteira. Empurrei minha tigela em direção a ela e apoiei meu queixo na mão, sorrindo. — Se você gosta tanto delas, deveria ter pedido uma sopa de almôndegas

— Você está brava?

— Não, por que eu ficaria brava?

— Eu os peguei para te irritar.

— O quê?

— Eu pensei que se eu pegasse almôndegas de você, você ficaria brava.

— Você quer que eu fique brava?

Ritmo Vol. 2 - Você é o Ritmo do meu coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora