Lázaro

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[Re... Então, decidi me mudar para seu apartamento. Deixá-lo aqui seria um desperdício.)

Miriam sabia que eu estava voltando para morar com Jao-Jom hoje, então ela ligou rapidamente para perguntar se poderia usar o quarto antes que fosse vendido. Eu já tinha colocado o quarto à venda, mas provavelmente não seria vendido tão cedo, o que não me preocupava muito.

— Fique à vontade. Enquanto isso, você pode ficar lá. Mas se você se mudar, Ong ficará sozinho com a mamãe.

[Bem, seu apartamento é mais perto do meu local de trabalho.]

— Como é mais perto? Seu local de trabalho e sua casa ficam a apenas um ponto de ônibus de distância. Não dê desculpas. Por que você está se mudando? Espera, você tem namorado?

[...]

— Você realmente tem um? — Perguntei, surpresa. Eu sabia que minha irmã era adulta o suficiente para cuidar de si mesma, mas quando chegou a assuntos como esse, meus instintos de irmã mais velha entraram em ação. — Quem é? Eu o conheço?

[É complicado. Eu te conto quando tiver certeza.]

— Você vai morar com um namorado, e ainda não tem certeza? O que está acontecendo?

[Não sei. É isso por enquanto.]

Contando a personalidade da minha irmã, que era parecida com a minha, não gostar de pessoas se intrometendo em assuntos pessoais, decidi não insistir mais e mudei de assunto.

— Tudo bem, não vou me intrometer. Só fique feliz com sua decisão. Amo você.

[Você diz "te amo" muito ultimamente. Bem, te amo também, Re. Antes de desligar, desejo felicidade em seu relacionamento. Cuide da sua saúde, mana. A família está cansada de se preocupar. Deixe-nos ter nossas próprias vidas.]

— Cale a boca! — Eu ri e desliguei na cara da minha irmã travessa antes de abrir o porta-malas para pegar a bagagem que eu tinha trazido. Nós não tínhamos subido ainda porque Jao-Jom ainda estava de pé, olhando para o prédio dela, que não tinha mudado por fora, mas era um mundo diferente por dentro.

— Nós realmente vamos morar juntas agora?

— Sim.

— Vamos viver juntas como um casal, como os pais de Jom?

— Por que tantas perguntas hoje?

— Você não decidiu rápido demais? Você pode conhecer alguém melhor...

— A vida é incerta. Já passei por isso. — Olhei resolutamente nos olhos da minha aluna. — Desde o dia em que meu coração parou e eu desmaiei, acordar pareceu uma bênção de Deus ou algo sobrenatural. Decidi viver minha vida ao máximo.

“...”

— Quero ficar com você o máximo que puder.

Eu quis dizer cada palavra. A vida é imprevisível. Nem sabemos se o amanhã chegará. Eu costumava viver de forma imprudente, sabendo apenas que cada dia terminava e, depois de dormir, um novo dia começava, repetindo a mesma rotina até o dia em que desmaiei. Tudo ficou escuro

Vazio...

Foi quando percebi que a vida é incerta. Amanhã é a próxima vida podem ser o mesmo dia, pelo que sabemos quando Jao-Jom desapareceu, eu chorei e me culpei. Se eu tivesse sido mais legal, elogiado ela, ou dito que a amava, se eu tivesse saído para comprar comida com ela, se eu não tivesse bancado a difícil...

Se, se, se... Tantos "ses" me irritaram. Isso me fez perceber que se ainda há tempo, comece a fazer coisas boas hoje. Não, agora mesmo, se possível.

Eu me lembro de estar muito impaciente naquela época, desejando trazer Jao-Jom de volta para sua antiga vida e cortar laços com pessoas não relacionadas. Eu planejei que Jao-Jom comemorasse seu aniversário com sua família, mas tudo foi muito corrido, e o plano desmoronou.

Ritmo Vol. 2 - Você é o Ritmo do meu coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora