Capítulo 25

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Red Hearts POV

Naquela noite, surpreendentemente, senti-me extremamente cansada. Adormeci ao lado da minha esposa e nada aconteceu, pois ainda me sentia fraca. Ao despertar, fui levada ao hospital pelas minhas mães e esposa, onde recebi bronca do médico, da minha mãe, de Amália e da minha esposa. Foram tantas advertências que por pouco não repreendi a mim mesma.

Depois de todas as broncas, finalmente consegui um momento de paz no quarto do hospital. Minha esposa segurou minha mão e, com um olhar preocupado, perguntou:

- Como você está se sentindo agora? - Respirei fundo, tentando encontrar as palavras certas.

- Ainda um pouco fraca, mas acho que vou ficar bem. - Ela sorriu, aliviada, e beijou minha testa. Minhas mães, que estavam conversando com o médico do lado de fora, entraram no quarto com expressões calmas, porem serias.

- O doutor disse que você pode ir para casa, mas que você deve evitar estresses. - Bufei frustrada, pois a surra que eu pretendia dar em Denver teria que esperar.

Quando voltamos para casa, mandei o recado para que segurassem o verme por mais um dia. O dia passou de forma bem lenta para mim, a noite eu já me sentia melhor, tanto que pude comer uma janta reforçada, pelo o que o médico falou mais cedo, eu me sential por causa do acesso que arranquei de uma vez, esse que continha soro que estava me fortalecendo.

Após um banho, me deitei ao lado de minha mulher que assistia seu filme favorito. Assim que me ajeitei ela se aconchegou por cima de mim, e ronronou em deleite.

- Está parecendo uma gato. - Falei rindo de leve.

- Não me importo... - Ela responde preguiçosamente.

A abraço, lhe aconchegando mais, e deposito um beijo em sua testa.

- Sabia que em todo momento em que estive dormindo, eu sonhei com você? - Ela me olha fixa.

- É sério? - Chloe pergunta.

- Uhum. - Murmuro. - Eu sonhava com a gente no casamento, nossa vida juntas...
Era bom.

Ela me estudou por um tempo.

- Eu não sabia o que fazer, fui agindo no automático desde o acidente. - Sua voz continha pesar. - Não sabia se chorava, se ia atrás de vingança, se esperava você acordar... Fiquei completamente sem rumo sem você, Red. De um jeito que eu não esperava.

Acariciei seu cabelo, sentindo o peso de suas palavras, eu a entendia perfeitamente. De certa forma, até agradeço por ter sido eu a tomar aquele tiro, pois não sei como agiria se ela se ferisse. Minha mente simplesmente não consegui processar algo assim, para mim, Chloe estará sempre em minha vida, segura e feliz... Outra hipótese não me é, sequer, considerável.

- Pois eu lhe prometo, que você nunca mais vai ter que passar por nada do tipo. - Disse lhe olhando nos olhos, para dar ênfase na minha fala. - Nunca mais.

Chloe concordou com a cabeça e voltou a assistir seu filme, ela estava totalmente relaxada agora. Diferente de quando fui encontrá-los em Auradon, ela vestida com minha roupa do curso, com Apolo em seu lado, parecia alguém totalmente diferente do que ela realmente é. Não estou dizendo que minha esposa não é capaz de lutar numa guerra, pelo contrário, tanto é que ela declarou guerra junto da minha mãe e foi lá lutar. Mas em seu normal, Chloe é alguém doce, que pensa sempre em todas as possibilidades antes de algo drástico, me corta o coração saber que ela se desligou tanto a ponto de propor ela mesma uma batalha, mesmo que ganhassemos, o que era para acontecer, ainda sim, ninguém sai o mesmo de uma guerra.

Depois de muito pensar, decidi me entregar ao sono. Precisava estar revigorada para lidar com aquele inútil amanhã.

Fechei meus olhos, e quando os abri pude ouvir o delicado cantar dos pássaros, o que indicava o início da manhã. Tirei Chloe de cima de mim, com toda delicadeza que me cabe, e tomei um banho rápido. Sai do nosso quarto, indo até a cozinha e tomando um reforçado, por simples, café da manhã.

Assim que terminei, fui sutilmente até o galpão onde estavam guardado Denver, logo quando cheguei fui recebido por um de meus colegas, ao que parece eles estavam se revezando para que o bastardo não ficasse sozinho. Falando no diabo, o mesmo estava apagado quando adentrei o local, suas mãos amarradas para trás e seus pés presos na cadeira onde o sentaram. Seu rosto manchado de sangue, que duvido muito ser de um dos meus colegas.

- Acodem ele. - Disse, e meu amigo jogou um balde de água no rapaz, que acordou assustado. - Bom dia.

Ele não ousava falar, era melhor assim, qualquer coisa que ele dissesse só aumentaria minha raiva.

- Acho que temos umas contas para acertar, não é? - peguei outra cadeira que estava por ali, e me sentei em sua frente. - Mas antes, por que tentou matar minha esposa.

Pode notar ele engolir em seco, e meus amigos se olharem confusos, a versão que todos sabem, é que tentaram me matar.

- Se eu não tivesse entrado na frente, o tiro teria pegado bem no coração da minha mulher... Por que? - Ele não disse nada, apenas olhou para baixo, como se esperasse sua hora chegar. Dei um forte e cheio tapa em seu rosto, fazendo ele voltar a me olhar. - POR QUE?

- Porque se ela não vai ser minha, ela também não vai ser de ninguém... - Ele diz com dificuldade.

- Puta discurso merda, hein... - Isso só aumentou mais minha ira contra ele. - Mas, não é como se você fosse viver por muito mais tempo de qualquer forma. Afinal, a rainha ordenou... Cortem a Cabeça...

Seus olhos se arregalaram, ele sabia que não adiantava suplicar nem implorar, mas ainda sim, seu instinto de sobrevivência o fez se debater para tentar se libertar de meus amigos que o seguravam com força. O que foi completamente inútil.

Ele foi posto, de bruços, em uma mesa de aço, e um machado bem afiado me foi entregue.

- No inferno, quando te perguntarem por que você foi pra lá... - falei enquanto ficava frente a frente com seu pescoço. - Diga que você foi burro o bastante... Para tentar contra minha esposa.

Levantei o machado, o abaixando com força, um tranco foi sentido por mim quando a lâmina entrou em contato com o osso de seu pescoço, mas em segundos , sua cabeça rolava pelo chão.

- O criminoso foi sentenciado a prisão de segurança máxima, sem visitas e sem regalias... - Falei para a todos presente, que entenderam o que eu quis dizer.

Juntaram os restos da praga, e jogaram num tambor, ateando fogo em seguida. Steven se aproximou de mim, me mostrando algumas fotos de um motim em seu telefone.

- O que é isso? - Perguntei analisando melhor as fotos.

- Isso é a situação atual de Auradon. O povo quer saber porque o rei e a rainha estavam dispostos a entrar em guerra, e arriscar suas vidas, ao invés de entregar um criminoso para a justiça ser feita. - O homem dava a notícia com um sorriso no rosto.

Dei dois tapinha em seu ombro, olhando o corpo do verme queimar.

- Escolha e consequências meu amigo... - Ficamos todos calados até que o fogo se apagasse sozinho. Após isso, liberei meus amigos, e os agradeci pela ajuda.

Voltei para casa, já estava na hora do almoço, me assustei pois não percebi que tanto tempo tinha se passado, fui de fininho até o quarto, que por sorte estava vazio, tomei um banho, lavando meu cabelo no processo, troquei de roupa e desci procurando por todos.

- Red Hearts! - Ih fudeu.

Entre o vermelho e o azul - Red and ChloeOnde histórias criam vida. Descubra agora