Entre o vermelho e o azul - Red and Chloe

Capítulo 32

Chloe Charming POV

Ainda naquele dia, minha sogra emitiu um comunicado para os reinos, avisando sobre o que estava acontecendo e que o rei Fera estava completamente fora de si.

Mali passou boa parte da manhã entrando em contato com algumas pessoas para saber quando aconteceria o "ataque" à Cinderelândia, e ao que parece ela descobriu. Pelo que disseram, o "ataque" será amanhã bem cedo. Falaram que o rei Fera quer pegar meus pais desprevenidos. Ele só não contava que ninguém era leal a ele.

Red falou com Morgan, e elas juntaram seus colegas para uma possível briga corpo a corpo. Porém, Red disse que ficassem escondidos, porque apesar das armas terem sido confiscadas, não se sabe se eles esconderam alguma.

Falei com meus pais sobre tudo. Dizer que eles ficaram irritados é eufemismo; porém, minha mãe ficou mais preocupada com o povo do que irritada. Ela queria dobrar a segurança, mas eu a convenci a não fazer isso, pois só chamaria atenção e queríamos pegar o rei Fera com a mão na massa.

Mais tarde, eu e Red fomos até a Cinderelândia; passaríamos a noite lá. A atmosfera em Cinderelândia estava pesada, como se o próprio ar estivesse impregnado de tensão e expectativa. As luzes do castelo brilhavam intensamente, mas não conseguiam dissipar a ansiedade que pairava sobre nós. Sabíamos que o ataque do Rei Fera era iminente, e cada momento que se passava era uma contagem regressiva para o confronto.

No outro dia, percebemos que as ruas estavam mais vazias do que o habitual. As pessoas estavam em casa, trancadas; provavelmente meus pais tinham avisado sobre o ataque. No fundo, isso nos deixava mais determinadas a proteger o reino e seus habitantes.

Red e eu encontramos um lugar estratégico para nos esconder. De lá, poderíamos observar o movimento do castelo e os arredores sem sermos percebidas. O plano era claro: permanecer ocultas e esperar para ver se o Rei Fera realmente se atreveria a atacar.

Durante a espera, Red começou a fazer planos sobre como agiríamos caso a situação se tornasse crítica. Ela era rápida em seus pensamentos, e enquanto falava, eu via suas ideias se desenhando como um mapa em sua mente. Passava por estratégias de defesa e até possíveis contra-ataques. Eu a olhava enquanto sua mente trabalhava, sua aura militar e sua sede por proteger a Cinderelândia me fazendo amá-la ainda mais.

— O que fazemos se ele trouxer mais soldados? — perguntei.

— Ele não vai. Não tem mais ninguém disposto a lutar por ele; até o próprio filho o abandonou — Red falava sem me olhar. Uma coisa que eu havia percebido era que minha esposa mudava em confrontos; sua mente focava apenas ali, e sua postura, sempre pronta para lutar, permanecia intacta. — Vou chamar todos para cá...

— Por quê? — perguntei, já que provavelmente perderíamos o elemento surpresa.

— Estamos na entrada do reino; ele terá que passar por aqui para o ataque. Será a hora de atacarmos; a luta não pode passar daqui — ela dizia enquanto mandava mensagem para alguém, provavelmente Morgan ou Mali. — Eles já estão vindo...

Depois de alguns minutos, ouvimos o farfalhar de passos, cuidando para serem discretos. Ouvimos também alguns passos mais pesados, provavelmente de cavalos. Era o Rei Fera e seus soldados.

— Droga — Red disse. — Eles ainda não chegaram...

Ela me olhou, numa comunicação silenciosa, que indicava que teríamos que atrasá-los. Saímos de nosso esconderijo, ficando no meio da estrada. Logo vimos o Rei Fera em um cavalo preto e alguns soldados atrás dele. Respirei aliviada ao perceber que não eram muitos; darmos conta deles.